O natal que estamos prestes a celebrar é um natal fora do nosso controle. Ao invés de famílias passeando pelas belas noites quentes de verão pelas ruas coloridas e iluminadas, o que temos é um natal em tom menor, mais silencioso, sem tanto brilho. Ao invés de diversas atividades e celebrações natalinas, o que temos são palcos e altares praticamente vazios, sem aquela aglomeração gostosa de natal nos ensaios e apresentações.
Se pudéssemos agarrar este natal com nossas mãos, já cansadas de 2020, e domar esta data, formatando-a de acordo com a nossa vontade, certamente iriamos deletar máscaras, covid, distanciamento, internações hospitalares, dores, medos e ansiedades que estiveram bem presentes ao longo deste ano.
Fico me questionando se Maria e José também tiveram a impressão de que o primeiro natal estava fora do controle de suas jovens mãos.
Afinal, para quê fazer uma viagem de mais de 150 kms de Nazaré a Belém em plena reta final da gravidez de Maria?
Por que Deus permitiu que o imperador fizesse uma contagem de população exatamente às vésperas de seu Filho amado nascer?
E se Jesus nascesse no meio do caminho?
Não seria melhor Deus permitir que Maria e José ficassem em Nazaré, junto de seus familiares, para ajudar o inexperiente casal com o bebezinho que estava prestes a nascer?
E, com dores de parto, como Deus não providenciou um lugar melhor do que uma manjedoura para o nascimento do seu Filho?
Mesmo que Maria e José tenham suposto que o primeiro natal estava fora do controle de suas jovens mãos, Deus mostrou que cada detalhe, cada viagem, cada pessoa envolvida no nascimento do seu Filho estava cuidadosamente debaixo do seu olhar de amor.
O primeiro natal não estava nas mãos de Maria e José, mas estava nas mãos de Deus. O Salvador deveria nascer em Belém, como diziam os profetas, e Deus agiu na história para que isto acontecesse. A improvisada manjedoura estava sob os cuidados e os planos do Senhor, bem como a visita dos pastores e dos magos do oriente. Olhando para trás, para o primeiro natal, percebemos que cada detalhe do primeiro natal estava sob os cuidados do Senhor.
Mesmo que este natal pareça estar longe do nosso controle, não nos esqueçamos de que há que “nunca dorme, nem cochila”, como diz o Salmo 121, nem mesmo em um natal celebrado em ritmo de pandemia.
Mesmo que tudo pareça fora de controle, tudo ainda está nas mãos do Senhor. Mesmo que o natal seja de lugar vazio à mesa, abaixo de remédios ou com uma sensação de solidão, não nos esqueçamos: tudo está nas mãos de um Deus de amor – e que provou este amor enviando seu Filho ao mundo.
E, um dia, poderemos olhar para trás e ver que cada detalhe de nossas vidas estava sob os cuidados do Senhor.
Então fica a dica: “não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor” (Lucas 2.10-11).
Feliz natal de Jesus, sob os cuidados do Senhor, para você e sua família!
Rev. Bruno Serves
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