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Um dia com Jesus!

Textto base Lucas 4.31 – 44


Você já acompanhou ou participou de uma daqueles promoções em ver, abraçar e jantar com seu artista, ou atleta favorito?

Pois bem, hoje, teremos uma dessas oportunidades. Iremos acompanhar Jesus três dias. Hoje, será o primeiro desses dias.

Diz o texto (Lucas 4.31-44) que Jesus estava em Cafarnaum. Após pregar em Nazaré, as pessoas enfurecidas tentaram jogar Jesus do alto do monte precipício, que faz parte da cadeia montanhosa do Monte Tabor. Diz uma lenda local que abriu-se uma caverna para esconder Jesus da multidão furiosa. Outra lenda diz que Jesus saltou e caiu a 9 km de distância, por isso, para os árabes esse é o monte do salto. O fato é que após ser expulso de Nazaré, Jesus se dirige a Cafarnaum, região da Galiléia.

Cafarnaum teve pouca importância na história de Israel. O nome semita significa povoação de Nahum. Explicitamente essa cidade não é mencionada nas páginas do A.T. No entanto, o evangelista Mateus apresenta Cafarnaum unida ao cumprimento de uma promessa messiânica (Mt 4.15-16 – Is 9.1-2). Essa pequena cidade foi o centro do ministério de Jesus.

Cafarnaum era uma rota comercial entre Damasco e o Egito. Era a fronteira entre duas cidades governadas pelos filhos de Herodes, Antipas e Filipe. Isso mostra que era um lugar instável.

Cafarnaum era o lugar mais desprezado da terra judaica. E Jesus, que havia acabado de ser rejeitado em Nazaré, foi para Cafarnaum, na região da Galileia (v.31).

O que chama atenção é que Lucas diz que Jesus ensinava nos sábados (v.32). Talvez alguém possa concluir rapidamente que é no sábado que se deve reunir em torno da Palavra de Deus. No entanto, essa indicação, mostra que em Cafarnaum haviam judeus, e como tal, observavam o sábado.

Sabemos que em Cafarnaum havia uma sinagoga e que Jesus estava ali ensinando (v.33). Qual era a importância da sinagoga?

Na sinagoga as crianças decoravam e aprendiam sobre os livros da lei, em especial Deuteronômio. As sinagogas são as grandes responsáveis pela preservação das Escrituras.

Quando as Escrituras apresentam Jesus na Sinagoga, isso mostra sua conexão com os patriarcas, os juízes, Davi e os profetas. Jesus é o cumprimento da promessa.

Em Cafarnaum havia judeus, sinagoga, e havia pessoas aptas ao ensino. No entanto, todos se maravilharam da maneira de Jesus ensinar, isso, porque a sua palavra era com autoridade. O que é essa autoridade?

Lucas tem preferência em destacar a autoridade e o poder de Jesus. O objetivo de Lucas é mostrar Jesus como profeta de Deus. Por ter sido enviado por Deus, as pessoas o reconheciam com essa autoridade. Lucas busca enumerar os episódios para destacar o lado profeta de Jesus.

Na sinagoga havia um homem possesso (v. 33). A questão é: ele entrou possesso ou, foi uma possessão naquele local? Uma pergunta sem resposta. Mas, precisamos destacar que a Bíblia relata muitos desses surtos esporádicos. Astutamente, o diabo, querendo desvirtuar a obra de Jesus, colocando um aspecto negativo sobre a messianidade de Cristo. Seu objetivo era tirar o foco da proclamação.

Jesus não queria ser recebido e nem reconhecido por causa dos sinais e milagres, mas como o profeta enviado por Deus.

No verso 34, o diabo faz uma afirmação: “O que você quer de nós? Veio para nos destruir?

O que isso significa? O diabo sabia que a obra de Jesus o venceria e que o preço acertado pelo ser humano, seria pago. Por isso, seu objetivo era distorcer e negativar a obra de Jesus.

O diabo sabe o que representa a obra de Jesus. A obra de Jesus é o divisor d’águas. Sua obra marca a destruição do diabo, do inferno e da morte. Esses não tem poder eterno sobre a vida dos que creem e estão em Cristo.

O diabo pergunta o que ele já sabe: “Jesus é o destruidor das obras das trevas”.

Jesus, e posteriormente os apóstolos não aceitavam o testemunho do diabo (At 16.17). Acredito que aqui é possível destacar as palavras de Jesus: “Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu” (Mt 7.21). Só onde o Espírito Santo predomina, o ser humano submete sua força livremente e voluntariamente ao serviço e obra de Deus.

Pela reação dos ouvintes (v.36), pode-se concluir que nunca houve nenhum milagre idêntico em Cafarnaum.

Eles já haviam ficado admirados com a pregação (v.32) e agora ainda mais com a expulsão do demônio (v.36).

Já conversamos a poucos meses sobre a cura da sogra de Pedro, então me dirijo ao final do texto nesse momento.

Versos 42 – 44.

Quem já morou sabe que não é fácil conviver na casa da sogra, por isso a expressão: quem casa quer casa.

Muitas pessoas se aglomeraram em frente da casa da sogra de Pedro. A sogra deve ter chamado Pedro de lado e ter falado, olha, saia daqui, não quero ter que limpar constantemente a sujeira. Acabo de limpar, chega mais uma pessoa.

Bem, Jesus já havia saído da casa. Mas, as pessoas o procuravam. E conforme o evangelista João Marcos, Pedro foi pressionado a busca-lo (Mc 1.36).

Quando encontraram Jesus, as pessoas não queriam que ele fosse embora de Cafarnaum. Aqui acontece o contrário do que aconteceu em Nazaré. Os de Nazaré quiseram jogar Jesus de um penhasco, aqui, os moradores de Cafarnaum insistem para que Jesus fique e não vá embora.

Mas Jesus, sabedor de sua missão, diz que seu objetivo é proclamar a boa notícia do Reino de Deus. Um reino diferente daquele do Império Romano. O reino de Deus, era de amor e misericórdia.

Jesus é o profeta de Deus.

Enviado para uma região marginalizada, sem esperança, sem perspectiva e cheia de inquietações.

Um dia com Jesus, e é possível observar sua missão profética. Ocupado com a proclamação e mesmo quando as pessoas insistem que o mesmo fique por ali, ele responde a todos que é importante e necessário e que ele precisa anunciar, proclamar essa boa notícia do Reino de Deus a outras pessoas e em outros lugares.

Um dia com Jesus e aprendemos sobre a nossa missão profética. Uma missão de proclamação. Proclamação da boa notícia do Reino de Deus.

Como igreja – corpo de Cristo, temos uma nobre tarefa, proclamar a boa notícia do Reino de Deus.

O próprio Lucas ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, testifica que “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos” (At 10. 36).

Somente o evangelho do Reino de Deus dá esperança a um povo oprimido. Somente o evangelho do Reino de Deus dá perspectiva, e eterna, a um povo que vive sem expectativa nesse mundo corrompido pelo pecado.

Então igreja – mesmo que insistam que fiquemos paralisados, afinal, o que estamos fazendo está bom, respondamos não, minha tarefa é fazer mais e mais, pois ainda há muitos outros que precisam ouvir a boa notícia do Reino de Deus. Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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