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Mulher orando

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Sorvendo um bom chimarrão IV


Eu tenho três textos anteriores sobre o chimarrão, leitor, dá uma lida aqui no blog. Pensei em escrever um pouco mais sobre a tradicional bebida gaúcha. Chimarronear é saber que a erva- mate verte cultura, cultura misturada na água quente. Que cria forma no momento em que é sorvida. O sabor é o resultado da junção entre o ser humano e a cultura. É o no ser humano que o chimarrão cria vida, ou talvez pode ser o inverso? É no chimarrão que o ser humano cria vida. Vale pensar um pouco sobre isso, vou explicar: sempre estamos com nossas agendas cheias, o início do dia já está escrito no papel e o anoitecer também. O chimarrão dá uma freiada na dinâmica do dia, ou seja, mate é sinônimo de pensar: o que fazer e como fazer e refazer, caso seja necessário.


O chimarrão torna o ser humano mais humano, sim, matear é olhar para dentro de si com a intensidade dos sentimentos: lembranças amargas, sorvida rápida e apertada; lembranças doces, sorvida lenta e espraiada. Olha só, pense comigo, leitor: a vida é como um chimarrão: sorvidas longas e curtas, experiências e suas intensidades; o mexer e remexer da bomba, como a pessoa lida com as experiências; um chimarrão longo ou curto, por quanto tempo os resultados das experiências duram no coração humano e o chimarrão lavado, em outras palavras, o resultado dos tópicos elencados anteriormente. A vida em forma de cuia? A cuia em forma de vida? É interessante pensar sobre a reflexão.


A vida não é apenas sorver, leitor, a vida é sorvendo, ela é dinâmica e intensa. Chimarrão é chimarrão enquanto é tomado, saboreado, vertido em lembranças e pensamentos. Chimarrão pronto e ainda não experimentado é chimarrão em potencial. Enfim, é no ser humano que o chimarrão cria vida? De repente pode ser o inverso? Podemos pensar assim: o chimarrão dá um bom sabor para a vida; uma vida dá um bom sabor para o chimarrão.




Reverendo Artur Charczuk

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