Querido leitor! Eis que se inicia um novo tempo litúrgico em nossa igreja, o tempo da Quaresma. Quaresma é um tempo de relembrarmos dos sofrimentos de Jesus Cristo: feitos, ensinamentos e demonstrações de amor para com o povo, etc. São os quarenta dias que antecedem a Páscoa. E hoje temos Jesus sendo levado pelo Espírito, isto é, o Espírito Santo o leva para o deserto, porque tudo acontece após o Batismo de Jesus. E lá esteva o Senhor, jejuando por quarenta dias e quarenta noites. E Jesus, enquanto homem, teve fome. Então o diabo se aproximou de Jesus e disse: “se és Filho de Deus, transforme essas pedras em pães! O diabo tentou usar de esperteza, ele queria que Jesus colocasse em prova o que o Pai havia dito para ele durante o seu batismo: “este é meu Filho amado em quem me comprazo.” Comprazo vem de servir, auxiliar, fazer a vontade do outro; vejam: o diabo queria testar a confiança de Jesus para com o Pai.
E Jesus responde: “nem só de pão o homem viverá, mas de toda palavra que vem da boca de Deus.” O ser humano não vive apenas da comida, mas ele vive da Palavra de Deus. Confiar, Jesus fala sobre a confiança. Mas o diabo não desiste, ele continua: eles foram para o pináculo do templo e ele pediu para que Jesus se jogasse lá de cima, porque os anjos de Deus o protegeriam. Novamente temos o diabo tentando colocar dúvidas em Jesus acerca de sua filiação divinal. Mas Jesus rebate: “não tentarás o Senhor, teu Deus.” O diabo queria que Jesus exigisse alguma proteção milagrosa. E ele tenta mais uma vez: ele mostrou para Jesus todos os reinos do mundo e ofereceu para ele os mesmos, mas ele pediu uma coisa: que o adorasse de joelhos. Mas Jesus assim fala: “somente ao Senhor adorarás e somente a ele prestará culto,” isto é, existe apenas um Deus. O resto é idolatria, mentira e enganação. E Jesus manda o diabo se retirar, aqui é perceptível tamanha autoridade de Jesus, ele manda o diabo se retirar, ir embora. De fato, temos aqui um quadro muito objetivo: a verdadeira riqueza não está nas coisas deste mundo, mas tudo está em Jesus, tudo se concentra no Filho de Deus.
É muito interessante olharmos para o deserto, geralmente o deserto é tido como o lugar do pecado, do fracasso, do erro, dos perigos e dos demônios e da desolação. E Jesus atravessou esse deserto, o ser humano não teria a mínima capacidade de atravessar o deserto, porque ele é pecador. Mas os desertos continuam por aí, de todo o tipo e maneira. O que é o carnaval? É um evento totalmente voltado para o paganismo! Para um deus pagão chamado Momo, ele é da mitologia grega e é um deus a favor das orgias e bebedeiras. Sim, queridos irmãos, a vida é um grande deserto e a sua caminhada não é fácil. Quantos desertos que vocês, leitores, devem atravessar: problemas, cansaço, preocupações, família, filho que não desperta para a vida, doenças, conflitos, empregos, enfim, dá uma vontade de dizer: chega! Isso não é para mim, cansei, torrei o saco! E assim vão os desertos da vida e os seus demônios.
Mas, amados irmãos, do deserto brota vida, vida em abundância, fonte inesgotável, Jesus Cristo. O nosso Senhor jamais nos abandona e caminha conosco em meio aos problemas. Jesus caminha do nosso lado e atravessa conosco os tantos desertos da vida. A solução não está em nós, mas fora de nós. Jesus é a nossa justiça, misericórdia, compaixão; Jesus é quem nos conduz e isso é maravilhoso. No labor da vida, o Senhor não nos deixa e nos oferece o perdão, salvação e vida eterna. Jesus nos leva pelas mãos e nos mostra os verdadeiros caminhos. Porque ele é o nosso suficiente Deus e Senhor. Sendo assim, o período quaresmal é um tempo de voltarmos os nosso olhos para os atos de Jesus. O Deus vivo e verdadeiro que se humilhou por nós para que atravessássemos o deserto da destruição, do pecado e do diabo em segurança. Sim, a cruz do Salvador foi o contorno dessa travessia. Cuidado que continua até hoje, enfim, o tempo da Quaresma é saber que minha confiança é cuidada e moldada pelo Senhor Jesus. Agora e sempre. Amém.
Rev. Artur Charczuk
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