Lc 12. 35-40
Que Cristo Jesus nos abençoe neste novo ano que se inicia, agora e sempre. Amém. Meus irmãos: um novo ano está aí a nossa frente. Um ano que se inicia e que, certamente, trará os seus desafios e inquietudes. Então, como é costume do ser humano, ele começa a divagar sobre o que virá no ano de 2020: como vai ser ? Quais serão os desafios? Metas? Projetos? Ambições? Números e assim por diante. E nós sabemos que, geralmente e a mídia contribui muito para isso, as previsões são sempre sombrias, gerando nas pessoas muito medo e ansiedade sobre os dias que ainda não chegaram. O cristão também não está livre da angústia e da aflição, o próprio Jesus falou para os seus discípulos em João 16.33: “no mundo passais por aflições.”
Então, diante de tudo isso o ser humano tenta a todo custo vencer as aflições do mundo, da sua maneira, da sua forma, isto é, cada um corre para um lado. Uns procuram confiar nas suas espertezas, outros preferem correr para as promessas feitas no ano anterior, outros correm para as criações humanas: tarô, búzios, adivinhações sobre o futuro entre outros. E no final de tudo, as pessoas assim falam, quando as coisas não acontecem como elas imaginavam: é, tudo estava nas mãos do destino; o destino é implacável, o ser humano é guiado por um destino cego, outros procuram racionalizar os fatos e assim as explicações são inúmeras para compreender os dias e os seus acontecimentos e tudo vira, no final das contas, uma grande mistura, uma grande confusão, uma salada de fruta de pensamentos sobre o homem e a sua relação com a vida.
No entanto, percebam que o evangelho de hoje fala sobre preparação. Estar com o corpo cingido, isto é, no tempo de Jesus as roupas eram longas, então cingir significa colocar a roupa por debaixo do cinto, para a pessoa poder se locomover melhor, até para poder correr, ou seja, estar pronto para a ação, algo sem demora ou tardança. Jesus nos encoraja a estarmos prontos para esse dia de grande alegria, isto é, o Filho do homem virá, Jesus retornará. Tanto que Jesus traz o exemplo do servo, servos que aguardam o retorno de seu mestre de uma festa de casamento. Naquele tempo não havia os meios de comunicação que existem hoje: telefone, celular whatss zap, então os servos tinham que ficar atentos com a volta do seu senhor, ou seja, vigilantes, zelosos. E esse mesmo senhor fica alegre com os seus servos e dá um lugar à mesa para eles participarem do banquete e o Senhor passa a servi-los. Aqui é possível vislumbrarmos um lindo quadro, onde temos o homem como um participante do banquete, o banquete celestial, as alegrias dos céus, sendo acolhido, então, pelo Senhor, Jesus Cristo.
Mas eis que chegamos a um ponto onde percebemos algo: o ser humano não é digno de fazer parte do banquete do Senhor. O pecado não nos permite isso, o homem não sabe o que significa manter a lâmpada acesa. Como aguardar o retorno do Senhor? Tudo isso é impossível, porque somos uma geração corrompida. Mas também aqui é que encontramos a doçura do evangelho, porque temos um Deus que nos prepara. Porque nós também temos a tendência de querermos adivinhar as coisas, o de querermos imaginar de que como serão as coisas e por aí vai. Mas Deus nos prepara desde a sua humanação, desde o Natal, é neste tempo maravilhoso que nosso Deus, nosso Jesus inicia nossa preparação. Jesus nos preparou até o fim, até sua morte de cruz. Tudo ele fez para que o ser humano obtivesse o perdão dos pecados.
De fato, Deus não apenas prepara os seus dons para nós, mas ele prepara os nossos corações para nós. O Espírito Santo trabalha através da Sagrada Escritura e dos Santos Sacramentos para produzir fé em nossos corações. A fé que Ele prepara, permite-nos receber todos os dons que Jesus preparou para nós com seu santo sangue precioso e seu sofrimento. Então, queridos irmãos, estar vigilante é colocarmos toda esperança no salvador Jesus. É quando o Espírito Santo produz fé em nós para acreditar que Jesus Cristo nos dá perdão, vida e salvação com sua vida santa, sofrimento e morte e ressurreição triunfante. É permanecer em Jesus por meio do próprio Jesus, eis a verdadeira vigilância, ser vigilante é confiar na obra do Salvador Cristo Jesus.
Porque Jesus está conosco sempre e nos concede tudo o que precisamos. Ele é o nosso suficiente Salvador e Senhor. Então pensar em um ano que se inicia é pedir a Deus que trabalhe em nós para nos manter preparados e trabalhar através de nós para preparar os outros para a sua vinda. Eu havia comentado no início deste sermão sobre que o cristão também vai passar por aflições neste mundo, até utilizei Jo 16.33, “a primeira parte, mas eu agora apresento ele de uma maneira completa: “No mundo passais por aflições, mas não temais, eu venci o mundo.” Eis a maravilha de ser conduzido por Jesus, nossa esperança, nossa suficiente vigilância. Amém.
Rev Artur Charczuk
Comments