O Santo Batismo - Parte V: "A necessidade"
A Palavra de Deus ensina que todas as pessoas são concebidas e nascidas em pecado (Salmo 51.5). Naturalmente, todos estão "mortos em suas transgressões e pecados" (Efésios 2.1). Por isso, a condição espiritual de cada pessoa é totalmente infestada pelo pecado (Eclesiastes 7.20), não importa a classe, origem, idade, gênero ou qualquer outra coisa, "não há justo, nem um sequer" (Romanos 3.10-12).
Esta é uma realidade que não pode ser deixada de lado ou esquecida. No entanto, às vezes, até mesmo pessoas religiosas a rejeitam. Nicodemos, um estudioso do tempo de Jesus, foi um exemplo. Ele veio até Jesus para conversar e Jesus o chocou com as palavras: "Em verdade, em verdade lhe digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus" (São João 3.3).
Esta palavra de Jesus mexeu com Nicodemos porque ele estava procurando saber o que precisava ou deveria fazer. Jesus, por outro lado, mostrou a Nicodemos a sua realidade e, por isso, a condição espiritual que ele precisava não poderia ser produzida, conquistada ou decidida pelo homem, somente o SENHOR poderia fazê-lo.
Quando Jesus disse: "nascer de novo", no grego isto significa "nascer do alto". Ou seja, a Salvação vem sempre de Deus, ela jamais pode ser realizada pelo ser humano. Por causa disso, Jesus ensina que "quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus" (São João 3.5).
Não há dúvidas, a partir do contexto do Quarto Evangelho, que Jesus está prometendo essa atividade especial do Espírito Santo através do Batismo com água, uma vez que o leitor deste Evangelho já havia sido informado que os fariseus estavam investigando porque São João Batista estava batizando (São João 1.25). Além disso, os eventos que o evangelista relata após a conversa de Nicodemos e Jesus também envolvem o Batismo com água (São João 3. 22-23).
Por fim, é importante esclarecer que esse Batismo com água não implica necessariamente uma forma oficial e única. A palavra grega para "batizar" refere-se a várias formas de aplicar água, tais como "lavar" (São Marcos 7.4) e "molhar" (São Lucas 16.24). Portanto, a questão mais importante relacionada a validade e o poder do Santo Batismo não é como a água é aplicada, mas a nossa necessidade, por todos sermos pecadores desde nossa concepção, da aplicação dessa água; bem como os resultados desse Meio da Graça!
Rev. Helvécio José Batista Júnior