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Mulher orando

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Deus. Senti-lo ou ouvi-lo?


Já faz algum tempo que, na cultura popular, a fé cristã aparentemente precisa estar emaranhada a sentimentos. Bem ao estilo daquelas experiências de “sentir Deus”. Pregação boa é aquela que faz chorar. Louvor genuíno é a música que emociona.


Estar cheio do Espírito Santo é sentir o peito queimando em fogo. Igreja boa é a que faz do culto um espetáculo. E, se estas emoções e sentimentos não aflorarem no momento de culto, algo está errado. A igreja é fria. A fé é vazia O louvor não é autêntico. As pessoas não têm o Espírito Santo. Será mesmo?


Deus nos criou com sentimentos e emoções. Eles afloram diariamente das mais diferentes formas. E é uma verdadeira bênção emocionar-se com uma boa música, gargalhar com os amigos ou sentir aquele friozinho na barriga. Porém, vivemos em uma cultura onde fé e sentimentalismo são fundidos perigosamente.


Os profetas do Antigo Testamento não tinham por tarefa serem coaching do povo de Deus. A função deles era: “assim diz o SENHOR”. A pregação de Jesus, ao iniciar seu ministério, não tinha como mensagem central palavras que queriam emocionar multidões, porém um “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4.17). E o discurso de Pedro, no dia de Pentecostes? Repleto de citações dos profetas, com conteúdo, com lei e evangelho, centralizado na ressurreição de Jesus e que Deus o tornou Senhor e Cristo. Ao invés de técnicas para emocionar, Pedro pregou a Palavra, de forma cristocêntrica.


A Palavra pode sim aflorar sentimentos. Mas eles são consequência, e não o centro do crer. Há tristeza na ciência de que somos pecadores. Alegria há no ouvir que nossos pecados são perdoados. Conforto e paz resultam de um crer nas promessas do Senhor. Porém, mesmo quando a Palavra é ouvida, crida e aceita, ali há fé cristã. Mesmo que não haja uma epopeia de emoções.


A pregação da Palavra, quando cristocêntrica, é eficaz. Mesmo que ela não arranque de mim um sorriso ou uma lágrima. O louvor, quando parte da cruz de Jesus, é genuíno – até mesmo quando está um pouco desafinado. E estar com o peito ardendo em fogo, infelizmente, não está na lista dos frutos do Espírito Santo de Gálatas capítulo 5. Aliás, seria melhor ir a um cardiologista logo. Igreja boa não é aquela que faz do culto um entretenimento, um espetáculo. Mas aquela que junta-se aos profetas para dizer: “assim diz o SENHOR”.


Então fica a dica: sempre que você vier ao culto, você será abastecido na fé cristã através da Palavra e da Ceia. Mesmo que suas emoções continuem de forma linear, sem choro ou arrepios.


A fé vem pela pregação da Palavra. Nesta cultura do “sentir Deus”, como cristão luterano, preciso dizer: precisamos é “ouvir Deus”.





Pastor Bruno Serves

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