Felicidade: do latim, felix, genitivo felicis queria dizer, originalmente, fértil, frutuoso, fecundo. Experimente pedir uma definição de felicidade e muitas explicações aparecerão: saúde, dinheiro, paz, segurança, amor, entre outros. Mas a felicidade é mutável, ela muda de intensidade, cor, forma e lugar. Hoje existe a chamada indústria cultural da felicidade, robustecida pela propaganda e pelos meios de comunicação. Havendo o esvaziamento de valores e práticas mais essenciais. Com o advento da felicidade industrial, receitas foram criadas, padrões foram erguidos para regerem as aparências, posses e hábitos. A sociedade encontra-se em um contexto idílico, construído pelos modelos de vida feliz. Muitos pensadores procuraram dar uma definição para felicidade. Como Hesíodo, século 3a. C., criou o mito da Idade do Ouro:no princípio do mundo, conforme o pensador, houvera um período de abundância, todos eram jovens, não precisavam trabalhar e eram saudáveis. O filósofo grego Epicuro, século 3 a. C., definia o estado de felicidade como a procura do prazer e o distanciamento da dor; Horácio, famoso pela recomendação “carpe diem”, aproveite o dia; Montaigne, o autor francês recomendava moderação em tudo e o Iluminismo, tendo a felicidade como um direito inalienável do cidadão. Desde a Antiguidade até os dias atuais, o homem busca os caminhos da felicidade. Mas a verdadeira felicidade reside na relação com Deus. Nas palavras do salmista: “Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo” (Sl 16, 2). Chamar o Altíssimo de meu Senhor, eis a felicidade eterna, como acentua o salmista: “Bem- aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem- aventurado o homem a quem o Senhor não atribuiu iniquidade” (Sl 32. 1-2a). Cristo veio ao mundo, morreu na cruz, foi sepultado e ressuscitou dos mortos, para nos colocar novamente em comunhão com Deus através do perdão dos pecados. Abrigados no Senhor, eis a suprema felicidade.
Rev. Artur Charczuk
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