A liturgia já iniciou, já lembramos do trino Deus, e agora, na Liturgia Luterana, vem a parte de reconhecer-se pecador diante de Deus. Embora, por vezes, reconhecer-se pecador diante de Deus pareça mera formalidade, ali naquele momento, está acontecendo algo muito especial: o pedido de perdão. Assim como Davi, depois de arguido, pede perdão, assim também as pessoas dentro da igreja reconhecem verdadeiramente seus erros. A base para verificar os erros e acertos são os Dez Mandamentos, ou, simplificando, o amor e a falta dele em relação a Deus e ao próximo. É um momento íntimo entre Deus e o ser humano. O ser humano reconhece que precisa do perdão e Deus se alegra em perdoá-lo.
O perdão é divino, sempre foi. Errar é humano, e perdoar é divino. Deus gosta de dar seu perdão aos que abrem seu coração, reconhecendo que precisam do perdão de Deus.
Talvez alguém diria: “eu peço o perdão em casa, e recebo de Deus”, e está correto. Deus nos perdoa constantemente. Na verdade, vivendo na fé, vivemos como amigos perdoados de Deus. Mas existe algo especial no perdão dentro da igreja. Por exemplo na história de Davi e Natan do Antigo Testamento, temos duas pessoas envolvidas na confissão e absolvição. Assim na Liturgia, junto com os irmãos, confessamos nossos pecados que cometemos em pensamentos palavras e ações. E de modo individual temos oportunidade de lembrar dos nossos erros, que ainda sentimos o peso. Ali, naquele momento do perdão, Deus veem ao nosso encontro e nos consola, mesmo que exista ali o oficiante, nossa confissão foi ouvida por Deus, e aquele perdão de pecados incluiu o meu pecado que pesava em meu coração. Assim, hoje, a Igreja mantém na liturgia o perdão de pecados, que por sinal é muito útil para nós seres humanos.
Assim, a confissão não é apenas uma formalidade de reconhecer-se pecador diante de Deus. De fato, é oportunidade de recebermos dele o perdão pleno. Que Deus permita sempre termos um coração humilde e fiel que confesse e receba seu perdão. Amém
Rev. Jorge Júnior