Eis que vivemos mais um Dia de Ação de Graças. Ainda em tom de pandemia. Mais suavizada, é verdade, graças à vacina. E, neste tom suavizado de pandemia, somos convidados a dar graças a Deus. Viva o SUS! Viva a ciência! Sim, a bênção de Deus também está sobre a ciência. São infindáveis as razões para o nosso dar graças. A retomada da vida. Termos nossas rotinas de volta. Estarmos mais próximos uns dos outros. Ou, simplesmente, por estarmos vivos.
Mas e aqueles que se sentem à margem desta gratidão? Como darão graças os que perderam renda familiar? E aqueles que ainda estão no fundo do poço de suas ansiedades e medos? E as famílias que terão o seu primeiro natal com um lugar vazio à mesa?
O profeta Habacuque parece ter experimentado esta tensão. E, mesmo assim, ele nos registra uma das orações mais profundas que encontramos na Palavra de Deus: “Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos, nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao SENHOR e louvarei a Deus, o meu Salvador” (Habacuque 3.17-18).
Mesmo quando tudo se vai, ainda é tempo de dar graças ao SENHOR. Gratidão pela sua misericórdia. Por seu amor. Pelo seu perdão. Pela salvação que há no nome de Jesus. Salvação que está sobre nossas cabeças, seja na alegria, seja no pranto. Graças damos ao SENHOR por Ele nos alimentar na fé cristã mesmo quando não há frutos ou colheitas, como disse Habacuque.
Dia de Ação de Graças também é tempo de dar graças por bênçãos discretas. Quase imperceptíveis. Mas lá estão elas, mesmo quando tudo se vai. Os abraços que nos consolaram. Os ouvidos que acolheram nossa lamentação e nossos porquês. Ombros que carregaram os nossos fardos. Os corações que choraram a nossa dor. Os amigos que se tornaram verdadeiros irmãos. Graças damos a Deus também por estas bênçãos. Nem sempre notadas, mas que brilham em meio aos sofrimentos da vida.
Então fica a dica: “deem graças a Deus, o SENHOR, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre” (Salmo 136.1). Como nos ensina a cantar o belíssimo hino cristão: “pelas rosas no caminho e os espinhos que elas têm (...). Pela prece respondida e a esperança que falhou”.
Pastor Bruno Serves
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