O profeta Jeremias entre os anos 597 – 587 a.C. anunciou ao povo a necessidade de se submeterem a Babilônia - potência mundial naquele momento. A mensagem anunciada pelo profeta dizia que o exilio babilônico com duração de 70 anos era da parte de Deus, e que o “grande” Nabucodonosor era servo nas mãos de Deus para cumprir essa vontade.
Em dias ruins, a notícia não estava sendo animadora. Era como se no período de estiagem, ouvissem o anuncio de mais um longo período sem chuva.
Esse anúncio visava à vida do povo, era um convite ao arrependimento. O povo havia se afastado de Deus e corriam o risco de se afastar ainda mais. É fácil se afastar de Deus, o difícil é voltar.
Enquanto Jeremias comunicava a vida, chamando o povo ao arrependimento, anunciando um período de turbulências, os falsos profetas buscavam conquistar o povo através de suas mensagens com falsas esperanças. Enquanto Jeremias anunciava uma mensagem aparentemente dura, os falsos profetas anunciavam que tudo estava bem e continuaria bem.
Os falsos profetas distorciam a mensagem do profeta Jeremias e levavam ao povo uma falsa mensagem de paz. Os falsos profetas levaram o povo e o rei Zedequias à insurreição contra a Babilônia sendo que deveriam se entregar, pois o cativeiro era da parte de Deus.
A mensagem dos falsos profetas tornou-se agradável e o profeta Jeremias tornou-se impopular (37.11 – 16).
A mensagem da vida - chamado ao arrependimento - continua sendo anunciada. Infelizmente, muitos continuam sendo melhor ouvir pregadores populares com suas mensagens de que barganhas tudo se resolve, que um simples copo de água cura e que jejum é caminho de vitória. Dessa forma as pessoas cumprem supostas metas e não buscam se arrepender e viver uma vida próxima de Deus.
Os supostos pregadores da paz e de falsas esperanças anunciam uma mensagem de uma vida de “só de vitórias”.
Deus envia seus profetas que não anunciam uma mensagem popular, afinal as pessoas dizem não ter nada do que se arrepender. Deus espera um coração verdadeiramente arrependido ao invés de jejum aparente. Deus espera que a oferta seja uma resposta de fé e gratidão e efetuada com alegria.
A Palavra de Deus anuncia que não estamos livres do sofrimento, O próprio Senhor Jesus disse: “...No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33). Ao enviar sua igreja Jesus fez uma promessa: “...lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.20). Um lembrar que sustenta a fé nas dificuldades do momento.
O cristão sofre, adoece, tem apertos financeiros, é abalado por tragédias e em meio a essas situações Deus nos faz ouvir o convite ao arrependimento. Uma mensagem que nesse momento não parece ser adequada.
O inimigo é ardiloso e busca de todas as maneiras afastar as pessoas da fé em Jesus. Enquanto Jesus recomendou lembrar o diabo leva ao esquecimento. Quando estamos sofrendo, o inimigo é mestre em jogar na nossa cara os nossos pecados e nos levar ao desespero. Assim o desejo é se livrar da culpa e se apaziguar com Deus, dessa forma os falsos profetas trazem mensagens de barganha com Deus e o pecado que deveria ser confessado e abandonado é encoberto e camuflado.
Eis o grande desafio para os profetas de Deus de nossos dias: “O profeta que teve um sonho devia contá-lo como um simples sonho. Mas o profeta que ouviu a minha mensagem devia anunciá-la fielmente. Que vale a palha comparada com o trigo?” (Jr 23.28).
Anunciar a Palavra fielmente - Cuidado! Muito cuidado! Um único ensino falso - por hino ou palavra - estraga todo o corpo da doutrina cristã.
É importantíssimo cultivar, confessar e ensinar a verdade da Palavra de todas as maneiras possíveis.
O profeta Jeremias não estava sozinho. Na mesma época atuavam Ezequiel, Daniel, Naum, Habacuque e talvez Obadias e Sofonias, ou seja, a metade dos profetas. Deus enviou e envia profetas por amor ao seu povo.
A ira de Deus, manifestada pelo cativeiro babilônico, era a lei de Deus, usada como convite ao arrependimento.
O povo não quis dar ouvido a voz do profeta Jeremias e sim dos falsos profetas. É agradável ouvir o que se quer e a Palavra de Deus é “como fogo, é como marreta que quebra grandes pedras...” (Jr 23.29).
O autor a carta aos Hebreus destaca que o pecado nos ataca diariamente e não conseguimos bani-lo de nós. E, numa luta diária, entre velho e novo homem, preciso arrepender-me e pela fé estar agarrado em Jesus Cristo. Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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