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Mulher orando

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Alegria da salvação sempre presente

Sl 23, Is 25.6-9, Fp 4.4-13, Mt 22.1-14


Por um momento, imagine a seguinte situação: você está numa prisão. Você sabe que não fez nada de errado. Você sabe que não fez nada para merecer estar ali. Mas você está preso, esperando pelo julgamento. Talvez você acabe recebendo uma sentença favorável e fique livre. Mas talvez não. Talvez, muito pior do que permanecer preso, você receba a sentença de morte. Por um instante, imagine como você se sentiria numa situação assim; imagine como seria passar por isso.


Esta era a situação do apóstolo Paulo quando ele escreveu a carta aos filipenses. Porém, Paulo não se concentrou em seus próprios problemas; não foi dominado pela tristeza e pela amargura. Em vez disso, encontrou motivação para escrever epístolas que fortaleceram e orientaram na fé os cristãos de diversas congregações fundadas por ele. E nesta carta aos filipenses, o que chama a atenção é que alguns dos principais temas tratados por ele são a gratidão e a alegria.


Então, de onde vinha essa força e essa motivação de Paulo? Qual era a origem dessa alegria da qual ele falava? Esta resposta nós podemos encontrar na leitura do evangelho de hoje.


Jesus conta uma parábola na qual ele compara o reino dos céus à preparação de uma festa, por um rei, para a ocasião do casamento de seu filho. O rei representa Deus, o filho do rei representa Jesus Cristo e a festa de casamento representa a alegria da salvação dos pecados, que existe por meio do “casamento” entre Jesus Cristo e a sua igreja.


Alguns convidados fizeram pouco caso da festa de casamento e por isso desvalorizaram e desprezaram o convite para participar dela. Inclusive, alguns até mesmo espancaram e mataram aqueles que foram convidá-los. Logicamente, essas pessoas representam aquelas que rejeitaram e ainda rejeitam o convite de Deus para a comunhão com ele pela fé em Jesus Cristo. Isso aconteceu ao longo de todo o Antigo Testamento, quando muitos não deram ouvidos, desprezaram, perseguiram, maltrataram e até mesmo mataram os profetas de Deus. Isso aconteceu também na época de Jesus, quando eles o prenderam, castigaram e levaram à morte na cruz. E, infelizmente, isso acontece ainda hoje, quando muitas pessoas dão pouco valor, desprezam e rejeitam o convite que Deus faz em sua Palavra.


Na parábola, o rei mandou que suas tropas exterminassem aquelas pessoas que rejeitaram o seu convite e incendiassem a sua cidade. De maneira semelhante, Deus fará no dia do julgamento. Aqueles que rejeitaram permanentemente o convite da graça feito por Ele, colocando outras coisas no lugar que pertence a Ele e não se arrependendo de seus pecados, serão condenados ao fogo da ira de Deus e excluídos da sua presença para sempre.


Mas, na parábola que Jesus contou, diante da rejeição do seu convite por parte daquelas pessoas ingratas, o rei mandou seus servos convidarem outros. Ele lhes disse: “a festa está pronta, mas os convidados não eram dignos. Vão, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidem para o banquete todos os que vocês encontrarem” (v.8,9).


É isso o que Deus faz. Apesar de muitas pessoas rejeitarem o seu convite, ele permanece convidando. E conforme a parábola mostra, ele convida a todos. Seu convite é estendido a pessoas de todo tipo, sem distinção. Sim, pois, ninguém é digno de desfrutar da graça que ele concede por meio de seu filho. Todos são pecadores igualmente indignos. Mas ele torna dignas as pessoas por meio do seu convite gracioso.


Portanto, esse é o motivo pelo qual o apóstolo Paulo tinha satisfação, motivação e alegria em sua vida, mesmo na prisão ou diante de qualquer outra dificuldade. Em uma de suas cartas, ele disse que era o pior de todos os pecadores (1 Tm 1.15). Mesmo assim, ele sabia que o convite para participar da festa de casamento entre Cristo e a sua igreja também era para ele, pois ele não confiava em sua própria dignidade, mas na dignidade que recebeu por meio da fé em Jesus.


Queridos irmãos e irmãs, talvez nenhum de nós tenha ficado preso, assim como o apóstolo Paulo. Apesar disso, é possível meditar sobre momentos em que enfrentamos diferentes situações que se parecem com uma prisão. Sendo assim, podemos falar em diferentes tipos de prisão: a prisão da culpa; a prisão de lembranças ruins; a prisão do medo; a prisão da preocupação e da ansiedade; a prisão da doença; a prisão da tristeza; a prisão do luto. Por essas e por outras prisões nós temos que passar em alguns instantes ou por um longo tempo em nossas vidas. Talvez, inclusive, você esteja enfrentando algum tipo de prisão agora.


Apesar disso, nós podemos encontrar motivação e forças. O apóstolo Paulo disse: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). E para nós existe a mesma certeza. A festa está pronta! Ela está acontecendo agora, porque Jesus veio ao mundo e inaugurou o tempo da graça, que se estende até o dia do juízo final. E o convite dessa festa é estendido a todas as pessoas, para incluir pecadores de todas as origens e de todos os tipos. Por isso, também vocês e eu, no tempo que se chama HOJE, podemos desfrutar do perdão, do consolo, da satisfação e da alegria que existem na comunhão com Jesus.


Porque a salvação está disponível para ser desfrutada, o Espírito de Deus nos leva a repousar em pastos verdejantes, nos leva para as águas de descanso, a fim de recebermos refrigério para a alma e orientação para andar nas veredas da justiça (Sl 23.2,3). Isso acontece quando recebemos a absolvição de nossos pecados. Isso acontece quando ouvimos o Evangelho da salvação concedida por Jesus Cristo. E de maneira toda especial, isto acontece na mesa que o Senhor nos prepara diante das adversidades (Sl 23.5). Assim como numa festa de casamento os convidados podem desfrutar de uma farta e abundante refeição, nós podemos desfrutar da Santa Ceia, oferecida para celebrar a comunhão entre Cristo e a sua igreja, onde ele nos oferece e concede seu próprio corpo e sangue.


Por isso, é possível atravessar, enfrentar e receber libertação das prisões que surgem ao longo do caminho. O Senhor está perto de nós (Fp 4.5). Sendo assim, nós podemos confessar a ele nossos pecados, lançar sobre ele nossas ansiedades e preocupações e entregar a ele nossas tristezas e aflições através de nossas súplicas e orações (Fp 4.6). E desse modo, é possível ter o permanente consolo daquele trecho tão conhecido do salmo que lemos hoje, o qual diz: “ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Sl 23.4).


E tem mais: o melhor ainda está por vir. As bênçãos da salvação que desfrutamos nesse mundo são prenúncio de algo muito maior e especial que Deus ainda nos leva a aguardar com esperança. Conforme ouvimos na leitura do profeta Isaías, Deus promete acabar com a morte para sempre e nos levar para um lugar onde não mais existirão o pecado e suas consequências (Is 25.8). E ali, então, nós desfrutaremos e nos deliciaremos com um banquete gracioso e glorioso, como jamais houve aqui nesse mundo. Deus diz: “Será um banquete de carnes suculentas e vinhos envelhecidos; carnes suculentas com tutanos e vinhos envelhecidos bem clarificados” (Is 25.6) e assim, “Naquele dia, se dirá: ‘Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos’” (Is 25.9).


Que assim seja, em nome de Jesus, amém.



Rev. Timóteo Felipe Patrício

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