É preciso aprender a saborear o natal. Esta é uma data que não se vive apenas na noite de natal ou no dia 25 de dezembro. O natal nos permite saboreá-lo já neste tempo de advento, quando as caixas e gavetas se abrem para que os pinheirinhos, guirlandas e luzes de natal enfeitarem a cidade, os lares, as igrejas.
É preciso agarrar o natal e vivê-lo, mesmo que ele ainda não tenha chegado. É preciso segurar o natal com as duas mãos e não deixá-lo escorrer por dentre nossos dedos, que podem estar agarrados a tantos presentes, agendas lotadas de confraternizações e intermináveis amigos secretos. Às vezes é preciso nadar contra a maré natalina das filas gigantescas nos mercados em busca dos produtos da ceia, do trânsito pesado, das pessoas com pressa pelas calçadas. Precisamos nos acalmar, respirar e saborear mais um natal que o bom Deus quer nos brindar.
Fico pensando no primeiro natal e, quem sabe, Maria e José também precisaram desacelerar, precisaram acalmar suas ansiedades e precisaram focar naquele menino prometido por Deus. Pensem comigo: um jovem casal, longe de casa, sem ajuda dos familiares e sem uma estrutura adequada para o nascimento do menino que se chamaria “Jesus, pois ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1.21). Mesmo sem toda uma logística humana para um nascimento confortável de um bebê, lá estava a graça de Deus a confortar e alegrar o coração de Maria e de José. E, com a visita dos pastores de Belém e dos magos do oriente, os olhos daquele jovem casal repousaram o olhar sobre aquele menino que, anos mais tarde, seria sacrificado no lugar de Maria, José, pastores, magos do oriente, eu e você. A morte e a ressurreição de Jesus é a garantia de perdão, salvação e transformação. O natal pode ser diferente da correria frenética, com a qual estamos tão acostumados. O natal precisa ser diferente.
Agarre o natal e o saboreie. Se possível, prepare sim uma bela ceia natalina, prepare um encontro com familiares e amigos, abrace seus queridos nas confraternizações de final de ano. Mas que lá no dia 26 de dezembro você não suspire aliviado por ter acabado mais um natal cansativo. Por isto, desacelere. Saboreie esta época como, quem sabe, fazíamos na infância, quando não haviam tantas preocupações e responsabilidades e sim, a doce expectativa pela noite de natal. Vá aos cultos, reserve tempo para ler a Palavra, orar e pedir a Deus um bom natal, saboroso e calmo.
Então fica a dica: agarre o tempo de natal e o saboreie. Viva este tempo onde somos convidados a olhar para o presépio, para a manjedoura, para o menino que lá já repousou. Que nestes dias que antecedem o natal o Espírito Santo nos faça olhar para o menino Jesus com o mesmo olhar daquele jovem casal que, longe de casa e da família, celebrou a vinda do “Deus Conosco” (Mateus 1.23).
Pastor Bruno Serves
Comments