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Mensagens

Mensagens que inspiram e apontam para o Salvador

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Dúvidas na fé

Gabriel Boldt

E felizes são as pessoas que não duvidam de mim! (Jo 7.23)
Nesta última semana, dia 11, os noticiários trouxeram o relato “Atirador entra em Catedral e mata quatro pessoas após a Missa.” Este fato aconteceu na cidade de Campinas /SP. Após toda a investigação os policiais detectaram que o assassino sofria de depressão e que já havia feito tratamento psicológico e dois boletins de ocorrência como vítima, um por injúria outro por sofrer perseguição.
Com este fato percebemos que nem mesmo dentro das igrejas estamos seguros, ao mesmo tempo percebemos que cada vez mais as pessoas estão se sentindo angustiadas, deprimidas, com dúvida e desesperadas ao ponto de até duvidarem de sua fé. Ou você nunca teve? Quem é que nunca duvidou de sua fé? Principalmente quando estamos passando por problemas, ou quando aquilo que pedimos em nossas orações não se concretizam.
Acredito que este sentimento de dúvida na fé aconteceu com todos aqueles que estavam naquela catedral, após o atentado. É comum na igreja pedirmos por proteção, segurança e paz, mas quando menos se espera, a insegurança, a guerra acontece dentro da igreja. Qualquer um que estivesse lá teria sentido, desespero, angústia e dúvidas com respeito a sua fé.  Principalmente no mundo em que vivemos onde se prega, que, algo ruim está acontecendo, sua fé está fraca ou você não é um cristão de fato. E isso tem deixado as pessoas desesperadas, com medo e cheios de dúvidas.
Na maioria das igrejas cristãs, neste final de semana, será lido o texto de Lucas 7. 18-30. Este texto faz parte de uma narrativa que conta o momento que João Batista duvidou do seu mestre. Jesus havia feito vários milagres, no último havia ressuscitado o filho de uma viúva. E João Batista estava preso, com medo da morte, e ainda confiando que Jesus poderia o liberta-lo daquela prisão. Assim sendo, ele pede que seus discípulos fossem a Jesus e perguntassem se ele de fato era o messias prometido, ou havemos de esperar outro? v.19. Como qualquer ser humano, João ficou com dúvidas, quando se esperava que algo acontecesse, que pudesse ser liberto pelas mãos de Jesus, nada disso se efetua. 
Jesus responde os discípulos de João, voltem e digam o que estão vendo, os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e os pobres recebem o evangelho. v.22. Ou seja, os milagres que são a manifestação do céu antecipado na terra estão acontecendo. Mas porque João Batista não pode ser liberto, nem salvo da morte? Esta é uma pergunta que o texto não nos dá uma resposta. Jesus somente diz: Felizes são aqueles que não duvidam de mim! V.23.
Já afirmei a vocês que as dúvidas são comuns em nós que somos pecadores e que frequentemente duvidamos de tudo e todos. No entanto, novamente Jesus vem trazer consolo, a João e a nós, não precisamos duvidar, nem desconfiar de nossa fé. Ele ainda continua no controle da situação. Por mais tenebroso que pareça, e por mais que você não tenha nenhuma resposta quanto aquilo que você espera.
Precisamos entender que tudo nesta vida tem o seu tempo, não o nosso tempo, mas no tempo de Deus. A missão de João Batista nesta terra havia chegado ao fim, e por mais triste que seja, assim Deus planejou. Mas o convite que Jesus deu a ele, dá a nós, confiem. Por mais difícil que seja. Por mais que não entendemos os acontecimentos em nossa volta. Ele ainda continua no controle da situação. Amém.

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Rugas e Cabelos Brancos

Rev. Bruno A. K. Serves

I
O Brasil, que já foi considerado um país cheio de jovens, agora está envelhecendo. E isto traz preocupações tanto para o estado, que precisa prestar assistência a uma população idosa, quanto para a própria pessoa, que começa a sentir o desgaste da vida e o peso da idade.
É interessante notar o temor que há neste processo biológico de envelhecimento: o receio dos primeiros cabelos brancos, as diversas dores, as medicações constantes. Nesta semana, por exemplo, a justiça holandesa deu perda de causa a um homem que pediu legalmente a redução da sua idade de 69 anos para 49 anos. Ele alegou estar muito bem de saúde física e mental e que a sua aparência é de alguém 20 anos mais novo do que a sua data real de nascimento. O holandês Emile Ratelband alegou que, com 69 anos, ele não tem mais oportunidades de emprego e que as mulheres não se interessam mais por ele, mas que com 20 anos a menos, tudo seria diferente.
Não há como negar que o envelhecer pode, sim, trazer alguns sofrimentos. A própria Palavra de Deus fala sobre isto, como por exemplo, no Salmo 90.10: “Só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições”. Precisamos ver o envelhecer também como uma grande bênção de Deus. O que para muitos é motivo de vergonha, como parece ter sido o caso daquele senhor holandês, pode ser apreciada com alegria, como diz Provérbios 20.29: “A beleza dos jovens está na sua força, e o enfeite dos velhos são os seus cabelos brancos”.
Sim, o cuidado de Deus, o perdão de Jesus e a presença do Espírito Santo, desde o Batismo, podem ser vistos nos cabelos brancos, nas rugas e nas diversas marcas que a vida impôs ao longo de tantos aniversários. Por trás de cada marca deixada pela vida está uma experiência vivida e nela, a certeza do Salvador presente em dias maus e bons. Sempre. Desde a primeira infância até os dias de rugas e cabelos brancos. Afinal esta é a consoladora promessa de nosso Deus em Isaías 46.3-4:  “Desde que vocês nasceram, eu os tenho carregado; sempre cuidei de vocês. E, quando ficarem velhos, eu serei o mesmo Deus; cuidarei de vocês quando tiverem cabelos brancos”.  
Então fica a dica: envelhecer é uma bênção de Deus. Mesmo que a terceira idade carregue consigo sofrimentos e privações, celebre o cuidado e a salvação de Jesus. Olhe-se no espelho e veja o Salvador presente em cada ruga, cabelo branco e marcas da sua experiência da vida. Desde o Batismo até a eternidade, Ele é contigo!

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A mensagem dos sicômoros​

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Sl 85.8-13; Am 7.7-15; Ef 1.3-14; Mc 6.14-29
“Amós respondeu: Não sou profeta por profissão; não ganho a vida profetizando. Sou pastor de ovelhas e também cuido de figueiras” (Am 7.14)
Essas palavras na interpretação de São Basílio mostram a imagem e a pretensão do cristianismo.
“...cuido de figueiras” – ou seja, sou entalhador de sicômoros. Amós diz que cuidava de figueira-doida, uma espécie de figo inferior, cultivada no Oriente Médio, bem como na África há milênios. Aparece algumas vezes na Bíblia (1Rs 10.27; 1Cr 27.28; 2Cr 1.15; 9.27; Sl 78.47; Is 9.10; Am 7.14; Lc 19.4).
O sicômoro é uma árvore que produz frutos sem sabor, por isso, é preciso que seja feita uma incisão para sair o suco e assim transformar o fruto sem sabor em um fruto comestível. Quando Amós responde “...cuido de figueiras” está dizendo que é um furador de sicômoros, é um especialista em tornar agradável o que é desagradável.
O costume de riscar e furar os figos da figueira-brava era bem conhecido no Egito e em Chipre desde os tempos antigos. Esse costume não existe mais no Israel atual porque outras variedades de figo são cultivadas no país. Mas era praticado pelos israelitas nos dias de Amós. Isso porque os sicômoros cultivados em Israel procediam das variedades do Egito. Furar os figos fazia com que a água fosse absorvida e os figos se tornassem suculentos. O furo ou o risco aumentava a produção de gás etileno, que acelerava o amadurecimento, resultando em frutos maiores e doces. Dessa maneira as vespas não estragavam as frutas, pois elas amadureciam rapidamente. Sem o furo ou o risco, o figo continuava sendo o que era, imprestável.
Não se pode forçar o texto a dizer o que não diz, mas, acredito que essa informação é importante. Pois, mesmo não sendo um profeta de profissão, Amós trouxe da sua profissão uma mensagem urgente e necessária para o povo.
A tarefa dada por Deus à Amós foi dificílima. Ele foi enviado do sul (Judá, onde o reinado era de Uzias) para o Norte (Israel, reinado de Jeroboão II). A mensagem de Deus através de Amós que alertava o povo parecia ridícula. A nação estava forte e vigorosa.
A mensagem de Deus pelo seu profeta foi perturbadora, mas rejeitada pela elite e pelos líderes religiosos. Tanto que Amazias recomendou Amós voltar para sua terra e não mais profetizar em Israel (Am 7.10-13). Diante desse apelo, “Amós respondeu: Não sou profeta por profissão; não ganho a vida profetizando. Sou pastor de ovelhas e também cuido de figueiras” (Am 7.14). E continuou: “Mas o Senhor Deus mandou que eu deixasse os meus rebanhos e viesse anunciar a sua mensagem ao povo de Israel. Portanto, escute a mensagem de Deus, o Senhor. Você, Amazias, diz que eu não devo continuar profetizando contra o povo de Israel. Mas o Senhor diz a você: ‘A sua mulher virará prostituta aqui na cidade, e os seus filhos e as suas filhas morrerão na guerra. O seus país será dividido entre outros países, e você morrerá numa terra pagã. E o povo de Israel vai ser levado como prisioneiro para fora da sua terra” (Am 7.15-17).
O problema não estava na mensagem de Deus através de Amós. O fato era que a segurança econômica e política estava favorecendo apenas os empresários e o governo e isso não deveria ser denunciado. O povo sustentava a prosperidade recebendo como pagamento a injustiça social e a escravidão. O resultado foi a miséria do povo (2Rs 14.26; Am 2.6; 8.6). (Qualquer semelhança com nossos dias é mera coincidência).
Outros dois profetas, contemporâneos de Amós também anunciavam a mensagem de Deus (Miquéias e Oséias). Diferentemente desses dois, Amós não foi criado para ser um profeta. Era um homem do dia-a-dia que enviado por Deus, proclamou uma mensagem. E que mensagem! A mensagem dos sicômoros. A nação precisava ser ferida em sua vaidade e corrupção. Eles estavam ficando ricos em detrimento da injustiça social e da escravidão.
A mensagem dos sicômoros para Brasil.
A corrupção no Brasil está tão generalizada que o honesto é tratado como idiota. Os valores cristãos estão em cheque a ponto de serem tratados como conservadores e são ignorados.
Se deixarmos ao nosso bel prazer seremos apenas sicômoros sem sabor e sem serventia, pois somos de natureza pecaminosa e gostamos daquilo que Deus não gosta.
Precisamos da mensagem dos sicômoros, ou seja, precisamos ser furados e riscados pela Palavra de Deus, “Pois a palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas” (Hb 4.12).
Mesmo com a Palavra de Deus não deixaremos de ser sicômoros, mas seremos agradáveis.
A mensagem dos sicômoros para as igrejas evangélicas.
Amós era a voz de Deus em meio à prosperidade que escondia o pecado. João Batista era a voz de Deus no deserto que condenava o pecado no palácio e no Templo. No entanto, a Amós foi recomendado voltar para casa, e João Batista teve sua cabeça cortada.
Ainda hoje, principalmente nós, Igreja Luterana somos acusados de não termos os ditos sinais entre nós. No entanto, vale lembrar que há sim. Quantas pessoas já foram curadas pelas orações! Empregos! Proteção! O problema é que não há marketing que visa o lucro financeiro para isso.
Nossa principal preocupação é ser entalhador de figos, ou seja, transmitir a mensagem do sicômoros. A história apresentada por João Marcos (Mc 6.14-29) relata como o ser humano pecador se aproveita da ocasião para pôr em prática seus planos maléficos e aí daquele que fizer algo para atrapalhar.
Herodias se aproveitou do momento em que o orgulho do rei estava em jogo. Herodes Antipas havia feito uma promessa diante de pessoas poderosas e não poderia deixar de cumpri-la. E para que seu orgulho não ficasse ferido, aceitou o pedido de Herodias que resolveu se livrar de um problema, ou seja, se livrar de João Batista que pregava a necessidade do arrependimento diante do casamento ilegítimo.
Amós condenou a injustiça social e a corrupção, e Amazias, um funcionário do rei, sacerdote em Betel, recomendou a Amós voltar para casa pois sua mensagem atrapalhava a aquisição de riqueza adquirida à custa da escravidão, corrupção e injustiça social.
Falar contra a teologia da prosperidade e da glória é falar contra os charlatões que usam a palavra não para ferir o pecador para que se arrependa. Os charlatões usam a Palavra para ferir a consciência das pessoas e aprisiona-las em seus métodos de usurpação das bênçãos de Deus. E o que isso tem causado a pregação – bem, tem afastado as pessoas de Deus e de sua Palavra.
O mundo, o Brasil, a Igreja, precisa da mensagem de Amós e João Batista, mas não querem dar ouvidos, afinal, a mensagem de Deus pela sua Palavra destrói a pretensão humana. Querer viver como se não houvesse pecado.
O cristianismo contemporâneo com seus pregadores contemporâneos não falam mais de pecado – não querem mais exercer o papel de entalhador de sicômoros. Dessa maneira as pessoas estão vivendo suas vidas como se não existisse pecado. E se não existe pecado, busca-se resolver as coisas nesse mundo com boa vontade pela informação e pela psicologia.
Quando o ser humano se esquece que é pecador e que muitas de suas desgraças são causadas por sua natureza pecaminosa, acaba buscando resolução onde não a encontram. E não a encontram por que o problema do pecado é resolvido apenas num lugar, ou seja, na misericordiosa graça de Deus em Jesus.
Vivemos numa época, conforme Alan Jones, em que tudo é permitido e nada é perdoado. O pecado é ruim, e causa estragos em nossa vida. E diante do pecado, assim como Amós é preciso ser entalhador de sicômoros e convidar o povo: “Voltem para o Senhor e vocês viverão. Se não voltarem, ele descerá como fogo para destruir o país de Israel, e em Betel ninguém poderá apagar esse fogo” (Am 5.6).
Lembre-se: sem pecado não há necessidade de Jesus.
Deus enviou seu Filho Jesus pelo desejo de salvação ao pecador. E conforme o relato de (Mc 6.6-12) pode-se dizer que Deus, através dos pregadores, continua ensinando e enviando os seus com um só objetivo: anunciar a mensagem do arrependimento.
O pecado precisa ser denunciado. E quando o pecado é denunciado, é por amor que o mesmo é feito. A lei de Deus, a acusação do pecado, visa o arrependimento, o fortalecimento da fé e o perdão. Em outras palavras, a lei de Deus, a acusação do pecado visa tão somente a salvação.
Os pregadores sabem que a pregação da Palavra traz perseguição, sofrimento e até a morte, mas, como enviado de Jesus proclama a mensagem a respeito de Jesus que sofreu e padeceu pelo pecador que persegue, faz sofrer os pregadores e até os leva a morte. No entanto, cada pregação é uma oportunidade! Uma oportunidade para que o pregador aponte os pecados para que os pecadores se arrependam e recebam a vida em Jesus. Amém!

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Fake News em Beréia?

Rev. Bruno A. K. Serves

Todos concordamos que a tecnologia transformou a forma de sermos sociedade. E, neste ano, estamos experimentando esta transformação também na esfera política. Foi-se o tempo em que campanha política se fazia quase que exclusivamente em comícios, TV, rádio e panfletagem. Agora, na era das redes sociais, a forma de se pensar, fazer e discutir política é outra. E isto vai desde as postagens oficiais dos candidatos no Twitter, passando pelos comentários dos eleitores no Facebook e invadindo até mesmo os tão celebrados e tradicionais grupos de família no WhatsApp – aqueles cheios de imagens de bom dia, repleto de flores e xícaras de café.
Como nem tudo são flores, esta nova forma de se discutir política abriu a porta para algo que não é novidade: a fake news. Sim, mentiras e notícias falsas sempre existiram. Porém, com a tecnologia da informação, fake news têm ganhado espaço e, infelizmente, credibilidade. São estas enxurradas de notícias falsas, e muitas vezes bombásticas, que tem marcado estas eleições. De acordo com o professor americano de Psicologia Gordon Pennycook, responsável por uma ampla pesquisa a respeito do assunto, as fake news ganham credibilidade graças à preguiça de pensar, pesquisar e de ir atrás da fonte.
Em uma sociedade totalmente desprovida de tecnologia, um grupo de pessoas deu um belo exemplo de como se combater uma fake news. Em uma cidade chamada Beréia, lá nos tempos bíblicos, um grupo de pessoas ouvia atentamente mensagens trazidas por dois homens estranhos a eles. E, para combater possíveis fake news, aquele grupo de pessoas foi direto à fonte da informação. Acompanhe o relato sobre isto: “As pessoas dali eram mais bem educadas do que as de Tessalônica e ouviram a mensagem com muito interesse. Todos os dias estudavam as Escrituras Sagradas para saber se o que Paulo dizia era mesmo verdade” (Atos 17.11). Diante da mensagem do apóstolo Paulo e de Silas, aquele grupo de Beréia pesquisou na Palavra de Deus e confirmou que não se tratava de uma fake news, mas sim de uma mensagem de salvação, bíblica e fiel. Resultado: muitas pessoas daquela cidade creram no Senhor Jesus.
Se uma fake news ganha espaço graças à preguiça de pensar e pesquisar, aprendemos com os cristãos de Beréia. Precisamos ir direto à fonte. Precisamos beber diretamente da Palavra de Deus, a Bíblia! Convivemos em uma sociedade repleta de fake news espirituais, cheia de ensinamentos confusos sobre Jesus, de promessas vazias e de mentiras a respeito de uma vida que agrada a Deus. Cuidado com fake news espirituais que, mesmo que pareçam ser atraentes, podem minar a sua fé cristã.
Então fica a dica: em tempos onde a verdade é ainda mais preciosa, o Salvador Jesus nos lembra quem ele é: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (João 14.6). A verdade é que Jesus foi morto e ressuscitado para a nossa redenção. Esta é a verdade que traz salvação, exatamente como aconteceu em Beréia.

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Brasil da Ansiedade e do Rivotril

Rev. Bruno A. K. Serves

Você já deve ter se deparado diversas vezes com a expressão de que o povo brasileiro é um povo alegre, cheio de felicidade e alegria nos pés para sambar, jogar um bom futebol e comemorar um contagiante carnaval. Será que somos assim mesmo?
Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que o povo brasileiro é líder mundial não no quesito felicidade, mas em ansiedade. Somos o povo mais ansioso do planeta, com cerca de 10% da população sofrendo de ansiedade. Sem falar nos índices de depressão, bem acima da média mundial. E, para fechar a conta, os números revelam que o Rivotril, famoso antidepressivo, é o segundo medicamento mais vendido no Brasil, ficando atrás somente dos analgésicos. O país da alegria nos pés busca alívio para a mente e o coração. É interessante nos perguntarmos o porquê deste cenário ansioso. Será que é pelo conjunto da obra, ou seja, pelo cenário caótico de insegurança pública, crises financeiras, políticas, morais e sociais?
E quando a religião entra em campo neste cenário carregado de ansiedade e Rivotril? O Brasil está repleto de apelos da chamada teologia da glória, da prosperidade, do sucesso. A lógica é de que, quanto maior a fé, maior é o sucesso. Mas aí nos deparamos com personagens bíblicos, homens cheios de fé, enfrentando seus dilemas pessoais e tomados de ansiedades. Abraão sofria por não conseguir ser pai. José sofreu nas mãos dos seus irmãos, foi até mesmo preso no Egito. Davi sofreu amargamente com perseguições e com consequências de seus erros. Jó carregou as piores dores que um ser humano pode carregar. E ainda olhamos para Jesus, e mesmo sendo Deus, ele carregou no seu coração as piores angústias, a ponto de seu suor de pavor parecer gotas de sangue. Mesmo sendo Deus, carregou todo sofrimento e culpa em sua cruz, foi humilhado e crucificado.
Diante de tudo isto, ter fé nos torna imunes às estatísticas de ansiedade, depressão ou do uso de Rivotril? Não! Fé cristã não é uma caixa de isopor que nos protege de tudo. Sofremos porque fazemos parte da criação de Deus que foi arruinada pela queda em pecado, desde Adão e Eva.
Há um doce consolo para os corações ansiosos e às mentes que sofrem como reféns de seus próprios pensamentos: “os bons passam por muitas aflições, mas o SENHOR os livra de todas elas” (Salmo 34.19). Cristãos também estão entre as estatísticas de ansiedade e depressão. Mas Jesus é Deus que cuida também nas crises e enfermidades. Consolador é saber que ele está ao lado dos ansiosos e depressivos e os cuida através de médicos, psicólogos, amigos, abraços e, principalmente, através da sua Palavra que fala ao coração aflito e à mente ansiosa: “Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte mão” (Isaías 41.10).
Então fica a dica: Jesus ama corações e mentes ansiosas. Pela fé em Cristo, há grande consolo para os dias de ansiedade e forças para superar as crises.

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Chamado por Deus!

Rev. Igor Marcelo Schreiber / Uruguaiana - RS

Salmo 139.1-10; 1Samuel 3.1-10 (11-20); 1Corintios 6.12-20; João 1.43-51

Gostaria de iniciar a mensagem de lhes apresentando minha certidão de Batismo. Nela está escrito que no dia 08 de fevereiro de 1981 fui trazido até a pia batismal da Comunidade “Redentor” de Vitória – ES, quem pastoreava aquela comunidade era o pastor Nilo Lutero Figur. Este foi o dia que recebi a “água compreendida no mandamento Divino e ligada a palavra de Deus” (Catecismo Menor), o Santo Batismo! Neste dia (com 26 dias de vida) eu fui chamado por Deus para ser seu, ser filho de Deus, templo do Espírito, ser cristão!

Cada pessoa tem a sua história de como foi chamada a fé. Uns bem cedo mediante o batismo, outros mais tarde, quando convertidos pela Palavra de Deus, alguns ainda já no leito de morte. Há quem creu na Palavra e nela foi fortalecido durante toda a sua vida, (trazidos a Igreja por seus pais) outros vieram a crer mais tarde, quem sabe por convite de um amigo ou familiar. Seria muito lindo ouvirmos a história do chamado a fé de cada um de vocês!

O que todos nós temos em comum é que ninguém chegou a fé por si mesmo. Não podemos dizer: “Eu me converti”. Fomos chamados por Deus! A própria Palavra nos confirma isso ao dizer “que ninguém pode dizer “Jesus é Senhor”, a não ser que seja guiado pelo Espírito Santo” (1Co12.3). Ou seja, é Deus quem nos chama tirando-nos da treva espiritual e levando-nos a luz da Salvação!

Tudo isso combina perfeitamente para a época da Epifania que estamos vivendo. Jesus vem a nós, manifesta-se, dá-se a conhecer a todas as nações como o Salvador do Mundo. Trazendo-nos a fé e a uma nova vida com Deus. O menino Jesus, tão esperado no advento, nascido no Natal, visitado pelos Reis Magos, deve ser também anunciado a todos os povos como o salvador do mundo. Chamando as pessoas das trevas para a luz!

Esta também é a mensagem que os textos bíblicos acima citados trazem para nós. Nos levar a uma reflexão sobre como fomos chamados à fé e como também somos instrumentos de Deus no anunciar a palavra  a um mundo que vive na escuridão. É assim que funciona essa dinâmica de salvação: Deus nos chama por sua Palavra, e também nos usa para chamar outros por sua Palavra.

Exemplo disso é o chamado do menino Samuel. Enquanto ele crescia e todos gostavam dele (2.26)  a situação no templo não era boa.  O profeta Eli velho, sem poder ver (3.2), seus filhos indignos e por causa desta indignidade havia também uma escuridão espiritual, uma comunicação de Deus com Israel muito interrompida. Neste ambiente de escuridão manifesta-se Deus, e na madrugada daquela noite chama o jovem Samuel para iluminar seus caminhos.

 Assim como hoje Deus também chama os seus das trevas, da ruína do pecado para sua maravilhosa luz. Chama através da Igreja para que pertençam a ela, chama pelo meio audível que é sua Palavra, a Bíblia! Também chama pelos meios visíveis, Batismo e Santa Ceia. Assim nos chama, congrega e ilumina toda a cristandade na terra! Vocês e eu numa mesma fé salvadora!

Por meio desta fé presenteada a nós por Deus, podemos dizer como Samuel: “Fala, pois o teu servo está escutando!” (3.10). E crescer na fé e no testemunho. O jovem Samuel cresceu e se tornou profeta do Senhor!

O mundo precisa da manifestação de Deus por causa da imensidão de pecados que o atola nas trevas, no afastamento de Deus. E Deus nos chama como instrumentos para levar a Palavra, que é Lâmpada e luz aos caminhos, às vidas das pessoas. Nos chama para levar a Palavra que se fez carne e habitou entre nós. Somos chamados para anunciar as obras do Senhor (Sl118.1) aqui onde fomos colocados por ele.

O Evangelho de João 1.43-51relata de uma maneira muito clara este chamado para sermos suas testemunhas no lugar onde fomos colocados por Deus.

No começo do ministério público de Jesus, João Batista o apresenta como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Dois discípulos de João passam a seguir Jesus, um deles, André, levou seu irmão Simão (Pedro) ao Messias.  Jesus, no dia seguinte, antes de sair para a região da Galiléia,  procurou Filipe e o chamou! O Chamado de Jesus move Filipe a segui-lo.

 Esse é o poder do chamado de Jesus, nos move à sua direção, não somos nós, é Deus que nos move a ele. E também nos move ao próximo! Filipe foi procurar Natanael (Assim como André procurou Simão) e testemunhou que haviam encontrado aquele que foi prometido na Palavra!

Aqui neste trecho aprendemos também que somos chamados a testemunhar Cristo. Não para discutir. Natanael duvidou que de Nazaré poderia sair alguma coisa boa. Filipe simplesmente disse: “Venha ver!” (Jo1.46) Uma resposta tão simples. Venha ver!

É isso gente, não somos nós que iremos convencer ninguém a crer, não é nenhum método pré-estabelecido, não é uma discussão acalorada, onde eu estou cheio de razão por causa da pura doutrina que pregamos!  É simplesmente testemunhar Jesus! “Venha ver!” Isso bastou, o resto é com Deus! Jesus que é verdadeiro Deus, onisciente, “que nos examina e conhece, sabe tudo que fazemos, conhece todos os nossos pensamentos’(Sl139) é quem vai chamar à fé!

Nós que fomos chamados por Deus vivemos e anunciamos essa nova vida com nossas palavras e ações. Isso mesmo, também nosso modo de agir são testemunho de que Cristo é Senhor das nossas vidas. Aqui eu chamo atenção ao cuidado que precisamos ter com a nossa liberdade. Paulo, na epístola de hoje escreve: “Alguém vai dizer: “Eu posso fazer tudo o que eu quero.” Pode, sim, mas nem tudo é bom para você.” (1Co 6.12) Sou livre, sim! Mas nem tudo me convém!

“Liberdade não é sinônimo de independência. Não existe liberdade sem responsabilidade. Liberdade deve pensar sobre o que convém e o que não. Caso contrário, ela vai ser burra. É o que Lutero deixou muito claro no seu escrito "Da liberdade cristã". Ele afirma o que à primeira vista pode parecer contraditório. O cristão, diz ele, é um senhor livre sobre tudo e sujeito a ninguém. Simultaneamente, porém, o cristão é um servo de tudo e a todos sujeito. Em outros termos: A pessoa cristã é livre, sim. Pois quem tem Cristo por Senhor não pode ter outros senhores. A fé liberta de dependências humanas. Mas esta liberdade será autêntica somente enquanto se tornar ativa no amor. Sem este, minha liberdade pode facilmente perverter-se e transformar-se numa nova forma de tirania. Eu sou livre quando, por própria vontade, sou capaz de assumir compromissos.” (autor desconhecido)

Amados! Fomos chamados por Deus à fé. Que a nossa resposta seja sempre: “Fala, pois o teu servo está escutando!” (1Sm 3.10), Onde fomos colocados por Deus testemunhemos com nossas palavras dizendo: “Venha ver” o que o Senhor tem feito. E vivamos com atitudes de nova criatura, que testemunha quem é o Senhor de nossas vidas!

Assim, tenhamos todos um ano de 2018 muito abençoado. Com uma vida de fé e testemunho. Para isso fomos chamados!

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Como está seu coração?

Pastor Bruno A. K. Serves | Candelária-RS

                Precisamos confessar que o estilo da vida moderna pode não ser muito saudável ao coração, tanto emocionalmente como fisicamente. Emocionalmente estamos expostos a tantas violências e riscos, sem falar nos inúmeros estresses e preocupações que absorvemos na correria do trabalho, trânsito e escola. Fisicamente fazemos parte de uma geração cada vez mais sedentária, com o mundo na palma da mão em um smartphone e infinidades de entretenimento na TV sem se levantar do sofá. Diante de tudo isto é preciso perguntar: como está seu coração? Você está cuidando bem dele?

                Há alguém que oferece força aos corações cansados, estressados e sedentários. Não uma força que encontra-se em um remédio receitado pelo cardiologista, mas uma força que vem diretamente da palavra de Deus. Falando sobre o viver cristão, cheio de amor uns pelos outros, o apóstolo Paulo diz: “Desse modo Deus dará força ao coração de vocês, e vocês serão completamente dedicados a ele e estarão sem culpa na presença de nossos Deus e Pai, quando o nosso Senhor Jesus vier com todos os que são dele. Amém!” (1 Tessalonicenses 3.13).

                Um ótimo remédio para corações cansados é o amor de Deus. O próprio Deus deu prova deste amor ao enviar Jesus para que, através de sua morte e ressurreição, comprasse para si todos os corações do mundo! Este amor carrega algo bem especial: o perdão. O amor de Deus arranca toda e qualquer culpa que faz o coração bater triste e cheio de remorso.

                Então fica a dica: cuide bem do seu coração, não apenas no que diz respeito a emoções e saúde, mas também no cuidado que Deus oferece ao coração. Procure uma igreja cristã, abra a sua bíblia, ore. Deus quer lhe perdoar e transformar o seu viver. Este é o começo de uma nova vida, dedicada a Deus e cheia do amor que ensina a amar.

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Cristo amou a sua igreja

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Efésios 5.22-33
Como é um bom receber uma declaração de amor! Faz quanto tempo que você não ouve a declaração: eu te amo? Qual foi a última vez que você fez uma declaração de amor? Ao parceiro? Parceira? Filho? Filha? Amigo? Amiga?
Nosso dia fica mais cheio de vida e alegria quando recebemos uma declaração de amor. Na carta circular, carta de Paulo aos Efésios, o apóstolo anuncia a declaração de amor de Jesus para com a sua igreja. A perícope (Efésios 5.22-33) é uma verdadeira declaração de amor de Jesus.
Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja. Primeira: se entregado pela igreja. (Ef 5.25 “... assim como Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela”.
Desde a queda em pecado, Deus intervém na história humana com o intuito de salvar a humanidade pecadora. O apóstolo usa o termo grego “paredoken” que significa entregar nas mãos; entregar alguém à custódia, para ser julgado, condenado, punido, açoitado, atormentado, entregue à morte; dar algo à alguém, pôr-se ao lado.
Ao escrever que Cristo “paredoken” se “entregou” – Paulo enfatiza toda obra realizada por Jesus para reunir os filhos de Deus como sendo parte de seu corpo. Somos parte do corpo de Cristo pelo fato de Jesus ter se entregado por nós.
Segunda prova: a torna santa. “Ele fez isso para dedicar a Igreja a Deus, lavando-a com água e purificando-a com sua palavra” (Ef 5.26). A igreja só é santa por causa da obra de Cristo. Somos igreja por causa da unidade no Espírito no vínculo da paz (Ef 4.3).
As pessoas estranham o fato de que quando confessamos nossa fé dizemos: “a comunhão dos santos”. No entanto, vale lembrar que a própria confissão de fé aponta para a nossa santidade, ou seja, para a obra de Deus em Jesus no poder do Espírito Santo.
A santidade da igreja não está em suas obras e realizações, mas, na obra realizada por Jesus Cristo. David Platt no livro Contra Cultura faz um belo resumo sobre a igreja ser santa ao dizer: “a obra de Cristo me liberta das minhas obras e também me liberta para prática de boas obras”.
A igreja é santa por causa de Cristo – e vivendo em Cristo continua praticando sua santidade nesse mundo, conforme Paulo explicitou aos Efésios: “Antigamente vocês mesmos viviam na escuridão; mas, agora que pertencem ao Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como pessoas que pertencem à luz” (Ef 5.8).
Ser igreja é ser corpo de Cristo. Ser parte do corpo de Cristo não é nenhum mérito humano, é graça de Deus. Paulo escreveu a Tito: “Porém, quando Deus, o nosso Salvador, mostrou a sua bondade e o seu amor por todos, ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida” (Tt 3.4-5). Pelo batismo, o braço da graça de Deus é estendido às criancinhas. Pelo batismo fomos inseridos no corpo de Cristo.
Terceira: Apresenta a igreja gloriosa diante de Deus. (Ef 5.27)“E fez isso para também poder trazer para perto de si a Igreja em toda a sua beleza, pura e perfeita, sem manchas, ou rugas, ou qualquer outro defeito”.
A obra de Jesus em favor da igreja é para afastar da mesma outros sedutores que querem simplesmente corromper a igreja. Ele se declara para a igreja para que a mesma não se esqueça do seu amor.
Jesus Cristo quer uma igreja exclusivamente para si, de maneira irrepreensível, que não pode ser acusada de nada, por isso, “se entregou por ela, ... a santificou, ... e a apresenta gloriosa”.
Quarta: Jesus a alimenta e cuida dela. (Ef 5.29) “... cada um alimenta e cuida do seu corpo, como Cristo faz com a Igreja”. A ideia transmitida pelo alimentar é de alguém que está dando de mamar e assim nutrindo com nutrientes preciosos para a vida toda. Ao anunciar que cuida ressalta que aquece, mantém quente, cuida com amor terno e carinhoso. Um belo retrato do amor de Jesus para com a igreja que é o seu corpo.
O corpo de Cristo (Igreja) continua sendo alimentado e cuidado pelos meios da graça: batismo, santa ceia e pregação. Por esses alimentos, Deus nos estende a sua graça salvadora alimentando e cuidando.
Cristo amou e ama a igreja (Ef 5.22-33). Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja. Com essas declarações, Jesus mostra para a Igreja, quem ela é e como é amada e que sob esse amor serve ao seu cabeça: Jesus Cristo.
Relacionamentos terminam por falta de amor. O amor mantém um vínculo ocorrido no amor. Jesus é a declaração de amor de Deus por seus filhos e filhas. A igreja - corpo de Cristo vive sob esse amor.
A igreja recebeu e recebe amor. Um amor declarado a cada culto através da pregação, da santa ceia que não se recebe por merecimento, mas por graça, e pelo batismo que é o braço estendido de Deus.
A igreja - junção dos que estão nesse amor. A igreja sempre vivenciou e vivencia esse amor. Por amor, Jesus foi até o fim pelos filhos e filhas de Deus. Sob esse amor estou submisso. A ideia transmitida pelo verbo “hupotasso” (v.21) (colocar-se sob o amor) é de não se calar, não ficar parado sem ação diante do amor do marido, Jesus. Amém!

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Enviado para estar junto!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Acredito que todos os cristãos quando celebram o dia de Pentecostes lembram o sermão proferido pelo apóstolo Pedro. No entanto, no dia de Pentecostes é imprescindível que cada congregado saia do templo entendendo que Pentecostes é o dia do sermão do Espírito Santo.
Jesus anuncia o mesmo dizendo: “Quando, porém, vier o consolador, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis, porque estivestes comigo desde o princípio” (Jo 15.26).
O Espírito Santo é o presente adicional do Pai e de Jesus. O Espírito Santo renovará nos corações as palavras que estou lhes falando agora e explicará plenamente. O Espírito Santo ensinará o que o mundo e Jesus significa para os discípulos. O Espírito Santo dará ânimo e força para que permaneçam e continuem em Jesus. Afinal, os discípulos por si mesmos, sem o Espírito Santo, não conseguirão lutar contra o diabo e a maldade do mundo.
O texto do evangelho de João 15.26-27 cita todas as três pessoas da trindade. Poderia ser leitura para o próximo domingo, quando a igreja cristã, celebra a santíssima Trindade, no entanto, é texto para o domingo de Pentecostes. E quão maravilhoso é, afinal, o domingo de Pentecostes celebra a vida e o ânimo que Deus tem concedido à sua igreja em todos os tempos e lugares por meio do Espírito Santo.
João capítulo 15 faz parte do sermão de despedida de Jesus (cap. 14 – 17). Em 4 capítulos, 117 versículos, o apostolo João descreve a relação entre Jesus, o Pai, o Espírito Santo e os discípulos.
Ao se despedir, Jesus dedica aos seus discípulos palavras de ensino e instrução. Dessa maneira, ao registrar as palavras: “Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo” (Jo 15.26 – 27), o apostolo João registrou o sermão de Jesus Cristo sobre o Espírito Santo. O Espirito Santo é o paracleto – ou seja, chamado, enviado para estar junto. Num momento de despedida, Jesus garante que o Espírito Santo, é enviado da parte do Pai para estar junto aos discípulos entristecidos e aflitos. E que mesmo na despedida, se sentindo sozinhos, o Espírito Santo daria testemunho pelos discípulos a respeito de Jesus Cristo.
E se pelo discípulos, o Espírito Santo, testemunharia a respeito de Cristo, toda a perseguição ao mestre, se daria contra os seguidores de Jesus. é possível observar pelos últimos dados que 215 milhões de cristãos são perseguidos em todo o mundo. Dia 27 de maio, próximo Domingo a igreja cristã é desafiada a orar pela igreja perseguida. Cerca de 30% do mundo está em guerra. Destas, cerca de 15% são por motivos religiosos. A perseguição cristã ocorre pela violência, pressão ou ameaça.
Jesus, em seu sermão sobre o Espírito Santo, anuncia que o mesmo como sendo consolo contra o espírito mau que reina no mundo e o chama de consolador e espírito da verdade.
Se por um lado, temos a perseguição aos cristãos e que ser e permanecer cristão pode significar o mesmo que perder a vida neste mundo, por outro, em países com liberdade de religião e culto, o diabo também ataca o cristão por meio do terror aos seus pecados.
O Diabo é homicida e pai da mentira. Por suas mentiras e com o objetivo de matar e destruir, aterroriza o pecador com o medo do castigo pelos seus pecados. Talvez você não faça parte da igreja perseguida por esse mundo, mas o Diabo, além do mundo tem como seu aliado a nossa carne e por meio da mesma nos ataca com seus terrores e nos faz perguntar: “O que eu fiz para merecer isso?”
O sermão de Jesus sobre o Espírito Santo, “Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo” (Jo 15.26 – 27), é confortador para a igreja perseguida pelo ódio humano, bem como para os cristãos atemorizados pelo diabo pelos seus pecados.
Lembre-se: Jesus Cristo é meu por seu sofrimento, morte e ressurreição. O Espírito Santo é meu no consolo. O Pai é meu na graça. O Pai enviou e envia o Espírito Santo para que pregue a Cristo ao meu coração e o preencha com seu conforto, principalmente na perseguição, quer seja do mundo ou da nossa carne.
O diabo não dá descanso à consciência. Ele a aterroriza dia após dia. Ele faz isso interiormente mediante o pecado e o medo para com Deus. Exteriormente faz isso através da perseguição cristã.
Não se engane, pois, quando o Diabo não consegue vencer interiormente através da consciência, e nem externamente por meio da perseguição, ele recorre com sua astúcia e seus artifícios a outras estratégias. Louvor hipócrita. Inculca a soberba. Faz com que pessoas sirvam com o objetivo de serem elogiadas.
O Espírito da Verdade é necessário todos os dias da nossa vida. Muitas são as armadilhas do Diabo – sendo que a principal delas é afastar as pessoas da verdade que é Jesus Cristo e sua obra vicária.
Desde a queda em pecado por Adão e Eva, a igreja só sobrevive por causa do Espírito da Verdade. E esse Espírito da Verdade, o enviado para estar junto ainda sobrevivemos aos ataques do Diabo e prosseguimos no testemunho a respeito de Cristo. Amém!

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Enxada e podadeira divina.

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

“Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada”


O jumentinho acordou com um sorriso no rosto. Ele havia sonhado com o dia anterior, o animal se espreguiçou e, feliz da vida, saiu para a rua, mas os transeuntes simplesmente o ignoravam. Confuso, o jumentinho se dirigiu para a área tumultuada do mercado. Com as orelhas em pé, de tanto orgulho, ele trotou bem para o meio da rua.

- estou aqui, pessoal! Murmurou consigo mesmo. Mas as pessoas o encaravam confusas, e algumas, bem zangadas, bateram nele para que fosse embora.

-o que acha que está fazendo, seu jumento, entrando assim num mercado igual a este?

-atirem seus mantos no chão – o animal respondeu, irritado. – Vocês não sabem quem eu sou?

As pessoas ficaram boquiabertas.

Magoado e confuso, o animal retornou ao lar, para junto da mãe.

- Não entendo – ele reclamou. -  ontem as pessoas me saudaram com ramos de palmeiras. Gritavam “Hosana” e “aleluia”. Hoje elas me tratam como um joão-ninguém!

- Ah, menino bobinho – a mãe respondeu com ternura -, não percebe que sem ele ... não consegue fazer nada?

Quão belas e preciosas são as palavras de Jesus: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15.1). Essas palavras foram ditas por Jesus após a Santa Ceia, indo ao jardim do Getsemani. As palavras ditas por Jesus, “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15.1), são o verdadeiro consolo para os cristãos de todos os tempos.

Ao dizer “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15.1), Jesus narra uma bela prosopopeia.

Conhecendo seus ouvintes, Jesus percebe que será natural para todos entenderem a prosopopeia. O agricultor está constantemente ocupado na vinha para que a mesma produza muitos frutos. Quando o agricultor poda uma videira, os cortes e a adubação parecem machucar a planta, mas é justamente esse processo que faz com que a videira produza os frutos esperados.

Interessante notar que, no jardim do Getsemani, pouco antes de iniciar a carregar a cruz, Jesus disse aos discípulos, que todo o sofrimento, toda a dor, não será para destruição, mesmo que assim pareça, tudo será para edificação.

Ao dizer essas palavras, Jesus está olhando para seu sofrimento e morte. E ao saber que seus discípulos também passarão por isso, não quer que os mesmos se esqueçam que os frutos são produzidos mesmo assim.

Todo sofrimento é um trabalho diligente do vinhateiro junto a sua vinha. Enquanto o diabo, o mundo e a carne, buscam prejudicar os discípulos de Cristo, Deus em seu amor e misericórdia, assim como um lavrador, faz com que tudo contribua para a produção da vinha.

O cristão precisa encarar o sofrimento e a tribulação de maneira bem diferente da maneira como o mundo encara. Sofrimento e tribulação não é punição e castigo de Deus, é antes de tudo, graça e amor. No sofrimento e na tribulação, o vinhateiro Jesus, poda, tira os galhos ruins e aduba sua vinha.

O que hoje parece te ferir, magoar e aborrecer, não é permitido por Deus para te prejudicar, ao contrário, é permitido para teu bem e proveito.

Na prosopopeia de Jesus a vinha não fala. Se falasse, com certeza se queixaria dos cortes, da capina e da adubação. A reclamação se daria justamente por não entender que aquilo era necessário.

Assim são os filhos de Deus – a vinha de Deus. Reclamam das provações, tribulações e sofrimentos. Reclamam sem entender que essas situações são a enxada e podadeira de Deus.

Caríssimo irmão e irmã em Jesus! Não esqueça que enquanto o Diabo, aliado ao mundo e a carne, visa destruir; Deus, em seu amor e misericórdia usa os ataques do diabo para nos edificar. Enquanto que o diabo com as tribulações e os sofrimentos visa nos destruir, em meio as adversidades e aflições, Deus as usa como enxada e podadeira para nos tornar forte e produtiva.

Recordo-me da confissão feita por Inácio de Antioquia (67 – 110 D.C.). Esse servo de Deus, enquanto estava sendo levado para Roma para ser jogado aos leões e servir de espetáculo e diversão, confessou: “Deixem que venham, pois sou apenas um grãozinho de Deus. Ele precisa me esmagar e triturar antes que eu possa servir para algo”.

Os sofrimentos e as tribulações não são de maneira nenhuma a fúria, a ira ou o castigo de Deus. Todas essas coisas são enxada e podadeira de Deus para, através delas, nos podar e adubar com o objetivo de produzir frutos.

Na tribulação e no sofrimento é preciso ver o amor e a misericórdia de Deus! (Rm 5.3-4). Houve duas mártires, século III e IV, que encararam o caminho da prisão e da morte com ânimo e coragem, como se estivessem indo ao próprio casamento. Se mostravam felizes como se estivessem sendo levadas a um baile. Seus nomes eram Agnes e Ágata. Essas duas mulheres só reagiram assim por causa da fé. A fé que lhes tirou os olhos desse mundo e as fez ver a alegria eterna.

Todo sofrimento e tribulação servem unicamente para promover nossa vida cristã e produzir frutos para um conhecimento mais pleno e uma confissão mais forte da Palavra de Deus.

Deus é o agricultor que, podando e adubando, visa fortalecer a fé e a esperança para tornar seus filhos em adoradores fervorosos e com uma vida de oração mais aguçada.

Deus é mestre e sabe converter aquilo que visa prejudicar seus filhos para algo que promova e preserva a vida. O maior exemplo disso é José (Gn 50.20).

Ouça Jesus que diz: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15.1). Deus quer cultivar a vida e cuidar da mesma de maneira tal que todos os tipos de sofrimento e desgraça apenas se resumam em melhorar a vinha. Como diz o provérbio: “Depois de punir o filho, o pai lança a vara no fogo”.

Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15.1). No jardim do Getsemani Jesus consola a si mesmo. Jesus sabe que por mais que irá sofrer, nada impedirá que a maravilhosa obra da salvação seja realizada.

Tudo o que acomete a vida do cristão é uma bem-aventurança, pois é poda e adubação de Deus para que muitos frutos sejam produzidos. Amém.

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