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Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

Atualizado: 14 de out. de 2022


Nem sempre a maioria tem razão! Jesus questiona onde estava a maioria: “Os homens que foram curados eram dez. onde estão os outros nove?” (Lc 17.17). A maioria, dez, veio pedir. Eles tinham razão quanto ao pedido.


A doença fez aquelas pessoas viverem a margem da sociedade. A vida deles era junto com pessoas na mesma situação. O mais próximo de alguém sadio era a uma distancia de 15 metros, por esse motivo eles “pararam longe” (Lc 17.12). Pela lei, eram considerados impuros (Lv 13.45).


A vida dos leprosos era de um vegetativo ambulante! Que terrível era essa vida. Essas pessoas, mesmo a margem da sociedade, sabiam os acontecimentos e por isso, ao saberem que Jesus estava passando por ali gritaram: “Jesus, Mestre, tenha pena de nós!” (Lc 17.13). Devolva nossa vida!


Jesus atende ao pedido e afirma: “Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês” (Lc 17.14). Ou melhor, sejam restituídos a sociedade (Lv 14). Voltem a viver normalmente, mas antes, como destaca a lei (Lv 14.23) é preciso ser examinado pelo sacerdote e assim haver o reconhecimento de que estão puros e aptos a ser reintegrada a sociedade. Curados, poderiam voltar para casa, conviver com seus amigos, participar da adoração no templo.


Confiantes na Palavra dita por Jesus, àquelas pessoas se dirigem ao sacerdote para serem examinados. E, “um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz” (Lc 17.15). Por mais que a ansiedade para retornar a vida normal estivesse aflorada, o samaritano resolve dar meia volta e agradecer a Jesus.


Por que os outros nove não retornaram?


Para eles era preciso se apresentar ao sacerdote, pois isso era requerido pela lei. O sacerdote era um tipo de mediador e por meio de um sacrifício o curado era considerado puro novamente. Na época, o sacerdote era um inspetor de saúde e atestava a cura.


O samaritano era uma raça misturada e não mais pura conforme os judeus ortodoxos. Das 12 tribos de Israel, 10 delas foram levadas para o cativeiro Assírio, no entanto, os pobres foram deixados em Samaria. E, com a queda do Reino do Norte, Sargon II, rei da Assíria, enviou para Samaria (Norte – Israel), gente da Babilônia, de Culta, Ava, Hamate e Sefarvaim para colonizar o país, e isso causou mistura no sangue judeu, assim surgiu os samaritanos. Dessa forma, aos pés de Jesus temos alguém que era impuro devido a sua doença e impuro devido a raça. Se os outros foram até o sacerdote para se colocarem diante de Deus, aquele que impuro devido a raça estava aos pés do Filho de Deus, e ouve: “sua fé te salvou” (Lc 17.19). Enquanto nove foram atrás de atestado de cura e voltar a vida normal, o samaritano atestou sua fé indo agradecer a Jesus e a resposta de Jesus atesta que a fé era verdadeira.


Observe que era um samaritano agradecendo um judeu e os judeus não vieram agradecer o judeu esperado conforme as promessas bíblicas. O que antes estava impedido de se dirigir a Deus, agora está aos pés de Jesus. Se para os judeus o samaritano não obedecia a lei, para Jesus sua adoração e glorificação era resposta de fé.


Na viagem de Jesus para Jerusalém que iniciou em Lucas 9.52 e até o corrente texto Lucas 17.11, ele está passando pela Samaria, um território não judeu.


Esse samaritano “glorificava a Deus em alta voz” (Lc 17.15). Uma coisa que, por ser samaritano, aquele homem estava impedido de fazer no templo devido a sua raça. Para os judeus a mancha da lepra foi curada, mas a mancha de ser samaritano, não.


Lucas foi um evangelista que destacou o louvor do povo de Deus diante das coisas maravilhosas que Deus fazia (Lc 1.46-55; 1.68-79; 2.29-32; 5.25-26; 7.16; 13.13; 17.15-18; 18.43; 19.37).


Nove não retornaram por ser preciso observar a lei. A observância da lei lhes acumularia méritos e créditos diante de Deus. O relacionamento com Deus se dava numa troca por meio da observância da lei e a gratidão não fazia parte desse relacionamento, haja vista ser merecimento tudo que recebiam. Para os judeus era normal receber um favor de Deus, assim, não lhes parecia ser necessário agradecer. O samaritano volta para agradecer, pois, sabe que não era merecedor daquela cura e do favor divino.


Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?


Não temos nenhum mérito diante de Deus. Tudo é graça. A salvação, o pão de cada dia, a vida ...


A gratidão a Deus é dar louvor a quem é devido. Diria que, deixar de agradecer é tomar o nome de Deus em vão. Nada mereço, mas por tudo eu agradeço. A gratidão mostra que recebi todo o necessário para o corpo e a vida por amor e graça. A gratidão apresenta que dependo de Deus. Tanto bens materiais quanto espirituais provêm das mãos de Deus, por esse motivo somos incentivados a orar: “Pai Nosso ...” e concluir testemunhando: “Pois teu é o Reino, o poder e a glória”, ou seja, tudo vem de ti. Louvado seja teu nome, “Porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25).


Querido irmão e irmã em Jesus: “Em tudo dai graças” (1Ts 5.18), afinal, devemos estar “sempre dar graças a Deus por todas as coisas” (Ef 5.20).


Recordemos que o próprio Jesus deu graças a Deus por ter revelado sua mensagem aos pequeninos (Mt 11.25). Antes de distribuir os pães aos cinco mil famintos, deu graças (Jo 6.11). Na ressurreição de Lázaro, Jesus agradeceu ao Pai (Jo 11.41). Ao distribuir o cálice por ocasião da instituição da santa ceia, Jesus deu graças (Mt 26.27).


Você é grato por ter uma congregação, um dia, um pastor, e assim estudar a Palavra de Deus? Você é agradecido pelo que hoje tem para se alimentar? Está agradecido pela vida e saúde? Você é grato em poder participar da santa ceia?


Nada disso merecemos! Ser grato, louvar a Deus, é testemunhar a fé que nos salva. A fé é o presente de Deus que nos move a louvar aquele do qual tudo recebemos, mesmo não merecendo, inclusive a purificação dos pecados. Amém!





Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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