Querido leitor! Como é comum ouvirmos hoje a palavra transformação. É um enunciado cada vez mais usado nos discursos da atualidade: empresas, igrejas, palestrantes motivacionais, todos prometem uma reviravolta na vida da pessoa. A vida, então, vai ser transformada, a pessoa terá outra vida e muito melhor! E é engraçado que vem sobre a pessoa uma avalanche de discursos ou promessas: textos, orações decoradas, métodos para um pensamento positivo, motivacional, faça isso, faça aquilo, respire assim, encontre o seu eu e assim a tal transformação vai acontecendo conforme o que é prometido pelos indivíduos que prometem a tal mudança para as pessoas. Para o ser humano, a chave da mudança está aqui: na cabeça, no inconsciente, no emocional, isto é, feche os olhos e pense em imagens bonitas, com frases de otimismo e coragem, respire fundo e contemple sua própria natureza. É até engraçado falar sobre o assunto, mas o mesmo entra em nossas casas diariamente: pela televisão, internet, os meios de comunicação, etc. Estão jorrando aos montes o assunto da transformação prometida pelo ser humano.
No entanto, Mateus nos mostra a transfiguração do Senhor Jesus. Interessante que a transfiguração de nosso Senhor Jesus acontece após a confissão de Pedro: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo,” (Mt 16.16). Pedro identifica Jesus como o Messias verdadeiro. Pedro o chama de o Deus vivo, ou seja, ele distingue Jesus dos falsos deuses de sua época. Então, o Deus vivo transfigurou-se, vale olhar para o termo transfigurar, ele significa: mudar completamente a forma ou a aparência. E temos Jesus que se torna deslumbrantemente brilhante, Cristo Jesus que mostra para os seus discípulos sua glória divina. E não para por aí: eles presenciam Jesus conversando com Moisés e Elias, ambos como se estivessem trazendo à realidade do Antigo Testamento, Moisés representando à Lei e Elias os profetas. Ali, queridos irmãos, deve ter sido um momento indescritível nos corações dos discípulos. Tanto que temos Pedro sugerindo que barracas fossem armadas para eles ficarem ali. Para que descer? Ficar com Jesus em sua glória é um sentimento indescritível! Deus ainda fala: a ele ouvi, isto é, Jesus Cristo é quem tem a verdade, a ele ouvi! Então percebam que tudo culmina, se resume em Cristo Jesus: AT, a fala do Criador, tudo vai em direção ao salvador Jesus. Jesus verdadeiramente passa por uma transformação, ele sim é a verdadeira glória e majestade.
E toda aquela grande glória deixou os discípulos tomados de medo, eles estavam com os olhos voltados para o chão, apavorados e Jesus, conhecendo bem a natureza humana, pediu para que eles se levantassem do chão e não tivessem medo. Tudo isso Jesus fez, ou seja, sua transfiguração foi para o fortalecimento da fé dos discípulos, para que eles cressem em sua divindade, antes de enfrentarem os pesos do mundo por serem discípulos dele.
Pois é, vejam a grande diferença da transformação de Jesus diante da transformação que o ser humano oferece. Transformações de entendimento emotivo, de convencimento, de palavras bem colocadas, enfim, meus irmãos, o que temos dos seres humanos nada mais é do que a criação de deuses mortos, sem vida. É o ser humano que teme a Deus e continua com os olhos voltados para o chão e assim ele continua, ele vai criando caminhos por conta própria. Prometendo felicidade e bem estar infinito. Mas nós sabemos que não é assim, que as dores do mundo estão aí elas vão nos assaltar. No entanto, Jesus não abandona o seu povo, mesmo em natureza pecaminosa e destrutiva, nosso Jesus também fala para nós assim como ele falou para Pedro: “levantem-se e não tenham medo”, (Mt 17.7). E é assim que age o Deus vivo, o Deus da glória divina, o cumpridor do Antigo Testamento, ele levanta o ser humano do chão do pecado e dos sofrimentos do mundo. Jesus que é o nosso rei, assim está no salmo. Assim como Moisés, quando ele permaneceu quarenta dias e quarenta noites no alto do monte com Deus. E Pedro que assim falou: a palavra profética é como uma luz que ilumina na escuridão. Da boca do homem não vem nenhuma profecia, tudo é enganação, tudo é contradição.
Esse é o verdadeiro Deus, o Deus vivo, Jesus Cristo, o Deus da misericórdia. Jesus, que em grande amor, apresentou sua verdadeira face para os discípulos, um Deus do perdão, salvação e vida eterna. Jesus também vem até nós transfigurado e pronto para nos levantar do chão das dores, das frustrações, da doença, dos problemas, do pecado, aí está o nosso Deus, o Deus que vem como luz em nossas escuridões. Tudo o que vem do homem é pó, nada restará. Contudo, Jesus Cristo é o verdadeiro tesouro, a sabedoria que abre o conhecimento humano. Nosso suficiente Senhor e Deus. O Deus que retira os nossos olhos da terra cultivada pela dor e o sofrimento. Enfim, enquanto povo da igreja, sejamos que nem Pedro, por meio de Jesus Cristo, a confessar: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo,” (Mt 16.16). Jesus Cristo, o Deus transfigurado.
Rev. Artur Charczuk
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