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Triclínio

Olhar para o ministério de Jesus é perceber alguns pontos de tensões que ele teve. Jesus teve longas discussões com os religiosos chamados fariseus. Embora houvesse embates, Cristo nunca desprezou os seus convites. Olhando para o evangelista Lucas, 7.36, Jesus é convidado para participar de um jantar na casa de um fariseu, e lá ele teve os seus pés lavados por lágrimas; em Lucas 11.37, uma nova oportunidade de refeição é apresentada para Jesus, na mesma Jesus não havia se lavado conforme a regra farisaica mandava. Jesus Cristo não era a favor do pensamento que governava os judeus de sua época, os ensinos eram variados, mas o ensino farisaico era predominante sobre os demais. Mas é interessante perceber algo: embora houvesse diferenças entre Jesus e os fariseus, Jesus nunca os tratou como inimigos, nunca recusou seus convites.


E se olharmos para Lucas 14. 1-14, novamente Jesus recebe o convite de fazer uma refeição na casa de um fariseu. E a partir do versículo 7, Jesus começa a observar como os convidados iam escolhendo os primeiros lugares, claro, Jesus conhecia sua cultura, ele sabia que na mesma havia um sistema de honra muito bem cuidado pelos homens, pelos religiosos fariseus. O primeiro lugar era tido como um espaço de destaque, honra, preservação do status, um culto para si próprio, porque era um momento de satisfação, ou seja, eu estou ocupando o primeiro lugar! Que grande satisfação para mim! Quanto orgulho! Quando os banquetes aconteciam, o item básico era o chamado triclíneo, sofá para três. Era um sofá em forma de leito, onde o convidado poderia recostar o cotovelo esquerdo. Ao redor da mesa de jantar, os triclíneos ficavam dispostos na forma da letra u.


O lugar de maior importância era a posição central no triclíneo, os demais lugares de importância ficavam no lado direito e esquerdo do homem mais ilustre. O banquete era o resumo da vida dos fariseus, busca pelas honrarias, destaques e o reconhecimento diante dos demais. Eles não conseguiam ver a Jesus como o salvador, para eles, Jesus era muito humilde. Jesus Cristo viveu em uma sociedade nada fácil, porque, de um lado, os impostos e restrições romanas sobre o povo; do outro os fariseus e suas leis religiosas. A disputa estava em todo o lugar: leis, impostos, lugares, pensamentos, tudo levava para o lugar central do triclíneo.


A sociedade atual não mudou muito. O desejo pela centralidade continua latente, forte no coração humano. A sombra do triclíneo movimenta os desejos e intenções humanas, a grande vontade de conquistar o centro do sofá, de realizar o culto para si próprio, o banquete farisaico ainda continua manifesto por entre os homens, todos recostados em seus triclíneos. A humanidade está deitada sobre o pecado, tudo veio à tona desde a queda de Adão e Eva, Mas a mão misericordiosa de Deus é o convite para o ser humano deixar o banquete pecaminoso, com seus sofás que cegam o homem e sua frágil natureza.


Jesus é o centro, dele emana tudo o que o ser humano precisa. Ele é a verdade, a honra, a alegria e o contentamento. Jesus conquistou tudo para a humanidade e concedeu todos os benefícios, benefícios que são eternos: perdão, salvação e vida em abundância. Honrarias, melhores lugares, reconhecimento, tudo passa! Mas a mão misericordiosa de Deus está acima do tempo dos homens. Sim, em Jesus temos o privilégio necessário, um Deus que é por nós e para nós.


Rev Artur Charczuk

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