Durante a viagem desde as vizinhanças de Cesaréia de Filipe até Cafarnaum, os discípulos de Jesus discutiam sobre quem deles era maior. Jesus sabendo o que discutiam, Jesus salienta que o maior é sempre aquele que serve ao outro.
Tudo o que se é e possui nos faz sentir e ser julgados como melhores e maiores. No entanto, Jesus Cristo realça que não é o que uma pessoa é e possui que a torna maior, mas, o fato de servir ao outro é que a faz ser maior.
Se aquilo que se é e possui não é utilizado para servir o outro, então não se é maior, apenas é egoísmo e individualismo.
João, um dos doze, perturbou-se com essa exortação de Jesus e relata para o mestre que haviam proibido um homem que expulsava demônios em nome de Jesus. A proibição foi feita pelo fato desse homem não seguir com eles (Mc 9.38).
Tende destacado que o maior é aquele que serve, Jesus avulta que quem não é contra é a favor de Jesus e esse homem não estava contra o Reino de Jesus. Não era preciso proibi-lo. E para ilustrar isso, Jesus frisa que a simples e corriqueira tarefa de dar um copo da água em nome de Jesus já será recompensada (Mc 9.41). Dessa forma, não proíbam ninguém que está agindo em nome de Jesus.
E nesse contexto, Jesus acentua para que as mãos (Mc 9.43), os pés (Mc 9.45) e os olhos (Mc 9.47), não sejam utilizados para provocar prejuízo espiritual para si e outras pessoas.
O ensinamento de Jesus é sobre a tolerância religiosa. Não no sentido de aceitar o erro que vai contra Jesus. Afinal, o que não é contra Cristo é a favor dele (Mc 9.40).
Os discípulos proibiram aquele homem pelo simples fato de que o mesmo “não seguia com eles” (Mc 9.38). Repetiram o episódio ocorrido durante a caminhada do povo de Deus no deserto, quando Eldade e Medade pediram que Moisés proibisse alguns que profetizavam no arraial (Nm 11.28). O próprio Moisés acentuou que seria maravilhoso se mais pessoas profetizassem (Nm 11.29). O apostolo Paulo na carta aos Filipenses, mesmo apontando o erro dos opositores, sublinhou que mesmo que seja por inveja ou egoísmo, o importante é que Cristo seja proclamado (Fp 1.18).
As intolerâncias religiosas paginam páginas sangrentas e escuras da História Eclesiástica. É preciso desenvolver uma atitude tolerante.
Divisões e contendas religiosas têm causado muitos estragos. Nossa luta não é contra pessoas, mas as forças do mal (Ef 6.12). E as forças malignas só podem ser vencidas em Cristo. Quem não é contra Jesus é por nós, mesmo em formas (liturgias) de culto diferente.
Cuidado para não cair na idolatria da tradição religiosa, costume religioso, forma e estrutura de culto.
Nossos olhos, mãos e pés precisam estar sob a orientação correta para servir nas duas dimensões: Deus e o Próximo (Mt 22.37-39). As mãos, os pés e os olhos não podem ser usados para o próprio prejuízo espiritual e nem do próximo.
Lembre-se: no aqui e agora onde muitos são cotados como maiores por aquilo que são e possuem, pelo fato de não servirem ao próximo e nem a Deus, incorrerão em prejuízo eterno.
Jesus relata a respeito do inferno. Apesar de muitos questionarem, ou colocarem essa realidade em dúvida, Jesus garante que após o aqui e agora, além da eternidade com Deus, há também a eternidade nesse local terrível onde um verme nunca morre e o fogo nunca se apaga (Mc 9.43,45, 46,47). Não deixe o aqui e agora tirar você da eternidade feliz e abençoada e coloca-lo na eternidade cheio de sofrimento.
Jesus acentua a importância do servir. E o servir deve-se ao fato de que o outro necessita. A necessidade pode ser um copo de água e quando esse copo de água é dado em nome, por honra e glória de Jesus, não ficará sem recompensa (Mc 9.41). Muitas pessoas, fora das nossas trincheiras, servem a Cristo e assim, não são contra nós, mas por nós.
É preciso desenvolver uma atitude de tolerância religiosa.
Querido irmão e irmã, cuidado para que a sua religiosidade não se torne extremada a ponto de prejudicar espiritualmente outras pessoas. Numa variante do verso 40 continha o seguinte: “aquele que não é contra vós é por vós. Aquele que está longe hoje estará perto amanhã.”
Para nos tirar do inferno, Deus enviou seu filho Jesus. Para tirar outros do inferno, Deus envia os seus para que através de uma atitude tolerante pessoas sejam ganhas para Cristo. Amém!
Rev. Edson Ronaldo TREssmann
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