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Mulher orando

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Ter o coração como o do samaritano

A história dos dez leprosos está registrada unicamente no Evangelho de Lucas. É a terceira narrativa do evangelista envolvendo samaritanos, Lc 9.52-55 e 10. 30-37. Pelas palavras, é uma viagem na área fronteiriça entre as duas províncias. Lucas não comenta onde ocorreu o milagre, apenas diz que foi na entrada de uma aldeia. Os leprosos eram obrigados, conforme a Lei de Moisés, Lv 13.46, a ficarem longe das outras pessoas.


Parece que Jesus não os viu logo de início, mas ao vê-los, correspondeu. Cristo não foi para eles, nem os tocou. Nem disse: “estão curados!” Apenas mandou os leprosos irem se apresentar aos sacerdotes. Procedimento comum quando um leproso obtinha à cura. O sacerdote era como uma espécie de inspetor de saúde para certificar que a cura realmente havia ocorrido. E eles obedeceram a Jesus Cristo e quando estavam indo, eles foram purificados.


Acordes de gratidão despertaram, mas apenas em um dos dez. Esse que agradeceu a Jesus não se preocupou em ir de imediato para o sacerdote e reintegra-se na sociedade, ele não colocou sua felicidade como centro. Mas voltou para Jesus quando percebeu que estava curado. Quando glorificou a Deus em voz alta, ele reconheceu que a mão do Criador havia interferido em sua vida. O homem curado estava disposto a ficar com Jesus e compartilhar sua alegria com ele. E, com humildade, agradeceu a Jesus. Prostrando-se diante dele, com o rosto em terra, louvava com grande entusiasmo.


E o leproso curado era de Samaria, ele era um samaritano. Havia uma distância significativa entre judeus e samaritanos. Mas é nesta relação, Jesus e o homem curado, samaritano; que apresenta-se um rico cenário teológico: Cristo lança o seu convite para estar com ele não apenas um povo ou nação, mas todos são convidados. Servir o Reino é um convite para a humanidade, porque todos são pecadores.


E Jesus diz para o homem se levantar e seguir seu caminho, pois a fé em seu coração o tinha salvado. Que ele fosse tranquilo, porque em Cristo ele estava restaurado. Quanto consolo para o povo de Deus, pois o Filho do Altíssimo, Jesus Cristo, estava entre os homens, anunciando o perdão e o terminar das mazelas. Jesus apresentou sua mensagem para tornar as pessoas cônscias do manancial que é o Evangelho.


Pois a cura do samaritano não é apenas física e emocional, ela é mais profunda: é a salvação por inteiro, perdão dos pecados e uma nova possibilidade para estar com Deus. O Evangelho brotou na dor daquele samaritano. Jesus trouxe nova vida para ele. E essa nova vida, Jesus oferece continuamente para o homem, porque Cristo é o amor inesgotável, que não termina, mas que se multiplica nos solos áridos do pecado.


Vivemos em uma sociedade que condiciona o homem para suas verdades. Onde os atos de Deus são suprimidos, desviados por ideias e discursos meramente humanos. É o pecado que habita o coração humano, que o corrompe. O mundo é os nove leprosos que não agradeceram a Jesus, a Deus. Eis a nossa natureza, mas o ser humano é cuidado por um Deus que não se cansa dele. Que o aguarda continuamente, que abraçou sua vida errante por amor.


Jesus sabe das nossas falhas, mas ele é a fonte que jorra o alimento espiritual em abundância; o Deus que perdoa os homens. Como é bom termos Cristo como nosso único e verdadeiro amparo. Ele dá luz para os olhos cegos do ser humano. Jesus eleva nossas aflições para o nosso Deus. Cristo sabe que o homem não é capaz de colocar seu rosto na terra para agradecer os feitos de Deus. Então ele fez isso pelo homem, do alto da cruz, por amor à criatura decaída. Deus está do lado do ser humano, que caminha com ele e ouve o seu sofrimento. O homem precisa ter o coração voltado para o chão, para a terra, como reconhecimento das graças de Deus. Tudo por meio de Jesus Cristo, eis o reconhecimento do samaritano, reconhecimento que deve habitar em nós. Por Cristo Jesus, nosso suficiente Deus. Amém.


Rev. Artur Charczuk

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