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Mulher orando

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Sorvendo um bom chimarrão- parte 2

Foto do escritor: PENSE NISSO TeológicaPENSE NISSO Teológica

A chaleira, pela parte da manhã, acompanha o nascer do Sol. O Sol, enquanto nasce, vai, aos poucos, aquecendo tudo aquilo que toca. A chaleira também vai sendo aquecida calmamente, sem pressa, sobre o fogão. O Sol vai tocando tudo o que estiver ao seu alcance: árvores, prédios, ruas, pessoas, etc. A água quente, juntada com uma boa erva, também visa tocar os corações, sentimentos, entendimentos, reflexões e assim por diante. O Sol e a chaleira parecem tão distantes, né? Mas estão tão próximos, desejosos por tocar e aquecer. Falar sobre o amargo é mexer e remexer em lembranças, as mesmas são tocadas e aquecidas, colocadas para fora de nossos baús particulares.


O chimarrão preparado pelo pai, ah! É um chimarrão único, incomparável. Chimarrear com o pai é chimarrear os momentos, partilhar o dia, quedas e levantes, conselhos e dicas. O morro de erva da cuia vai diminuindo, no entanto o morro de experiência do pai vai aumentando o trépido morrito do filho. O chimarrão do pai tem uma finalidade: ele finda para dar uma nova possibilidade de início para o outro, ou seja, da boa prosa com o pai, o filho sai revigorado, aquecido com suas palavras provindas de um palco amargo, isto é, o chimarrão. Do amargo vem o bom sabor de um novo início, um recomeçar. Sendo assim, do chimarrão lavado nasce nova erva, pronta para o uso. Cada ronco amargo do pai é como um ponto, isto é, ele começa um novo assunto, também pode ser uma vírgula, ele dá continuidade no assunto. É, chimarrear com o pai é ver que o chimarrão é sua extensão de comunicação: enquanto ele coloca a água na cuia, ele vai pensando; ele vai ajeitando a bomba, ele vai escolhendo as palavras; ele vai sorvendo, ele está organizando o texto na mente e, finalmente, quando ele passa o chimarrão, as palavras criam asas e saem do ninho de sua experiência. A cuia vira inúmeras páginas escritas pelo pai, cada palavra, frase, onde as mesmas são entregues para o filho. Estar com o querido pai em um momento de mate, não é apenas tomar o chimarrão, mas é ouvir, sentir, refletir, viver, etc.


De repente o querido pai não está mais por aqui, mas decerto ele deixou os seus sabores em inúmeros sentimentos misturados com boas doses de saudade. Certamente cada sorvida de amargo é como se fosse uma palavra do querido pai, uma lembrança que aquece, que toca, que lacrimeja. Chimarrear é olhar para trás, é tomar um bom chimarrão com o pai no templo do coração. Deus é maravilhoso, Cristo é o nosso único e amado senhor, pois ele tudo proporcionou para nós, inclusive os bons amargos com o pai. Do amargo da cruz, Jesus concedeu para nós os momentos doces em nossas vidas. Chimarrear com o pai é uma bênção concedida por Cristo Jesus.




Rev Artur Charczuk

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