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Solstício de inverno


Aí está ele, o inverno. Tão apreciado por alguns, nem tanto por outros. Sempre haverá os fãs dos dias frios. De passar o domingo debaixo das cobertas no sofá. Falar de culinária no inverno é uma crueldade. O clamor por mais calorias nos faz comer mais e melhor. Seja a sopa feita no fogão à lenha, a macarronada com molho extra ou até mesmo aquele chocolate quente para adoçar a vida. Claro, também há aqueles para os quais o inverno é um martírio. É preciso sair da cama quentinha para desbravar a rotina. Tomar banho, neste frio, parece doer na alma. Gripes, resfriados, sinusites e tantas outras “ites” são um convite para uma contagem regressiva à primavera.

 

Dentre paixões e rejeições, o inverno coloca diante de nossos olhos algo interessante. Já em seu início, em 21 de junho, o inverno nos presenteia com um dia único. É o solstício de inverno, o dia mais sombrio do ano. Devida à inclinação do planeta, o hemisfério sul tem neste dia as 24h com menor incidência do brilho do sol.

 

A vida também é composta de solstícios de inverno. Há sim, o brilho do sol, da felicidade, da alegria, da paz. Mas, por vezes, o que se destaca são as sombras, a escuridão e as longas noites de pranto. Mesmo que infinitas bênçãos estejam sobre nossas cabeças, os dias sombrios também fazem parte de nossa história. Culpas que nos jogam nos poços de vergonha. Ansiedades que nos consomem. Medos que roem a felicidade. Enfermidades que são ácidas à paz no coração.

 

Assim é a vida. Há tempo para tudo. Dias de sol, dias de trevas. Nem definitivo em um, tampouco no outro. Aqui é assim também para cristãos. Mas a Palavra de Deus tem promessas de um dia em que não haverá mais os sombrios sofrimentos humanos. Veja o que o SENHOR diz em Isaías 60.20: “Eu serei o seu sol e a sua lua, um sol que nunca se põe, uma lua que não para de brilhar. A minha luz brilhará sobre você para sempre e os seus dias de luto chegarão ao fim”.

 

Ah, como desejamos ardentemente o dia da nossa salvação! Naquele dia, a glória de Deus trará fim às dores, lutos, lágrimas e aflições que carregamos hoje. Para que o dia da salvação seja uma realidade em nosso horizonte, o próprio Filho de Deus foi à cruz. Derramou sangue santo e justo para perdão do pecador. E, justamente na crucificação, a terra ficou em profundas trevas naquela sexta-feira santa. Interessante, não é mesmo?

 

Então fica a dica: os solstícios de inverno fazem parte da vida. Nem sempre os dias serão plenamente radiantes e belos. Mas nada poderá nos separar do amor de Deus. Nem mesmo a noite mais terrível de nossas vidas. Afinal, o” choro pode durar a noite inteira, mas pela manhã, vem a alegria” (Salmo 30.5).


 



Pastor Bruno Serves

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