Se olharmos para o nosso contexto social, nossa sociedade, a desunião é algo muito perceptível. Ela está presente em todos os setores da sociedade: família, emprego, igreja, estudos, a desunião é como uma doença que vai cada vez mais infectando todas as áreas da sociedade. E ela sempre começa de alguma coisa: uma palavra, uma frase não bem entendida, uma decisão não compreendida, um interesse que não compactua com o outro, enfim, o ser humano sempre têm inúmeros motivos para não estar unido com os demais. Olhemos para o mundo: países desenvolvidos diante de países que sofrem, que padecem, que passam por guerras e aflições; que passam fome, populações que são dizimadas devido a ideias que predominam, que tencionam, que fazem o homem estar distante de seu próximo, isto é, que causa desunião.
Antes da queda o ser humano vivia em profunda união com seu Deus, antes da queda, o ser humano convivia com o Criador diretamente. Mas com a entrada do pecado no mundo, tudo isso mudou, Deus, então ficou invisível para o homem, o homem só poderia se comunicar com Deus por meio da oração. Sim, queridos irmãos, a desunião é fruto do pecado, pecado que todos nós carregamos. O desejo o ser humano é destruir a união, está em sua natureza tal desejo, o homem tem essa propensão para destruir aquilo que está unido.
Mas em contrapartida, olhemos para o salmo 133. Ele é um salmo muito bonito, porque ele mostra o que é o ideal para um israelita, então ele fala sobre o viver em unidade. O salmo celebra a beleza dos irmãos de Israel habitarem juntos, de permanecerem em paz uns com os outros. Digamos assim, uma Israel onde os membros praticam uma preocupação mútua uns com os outros. Porque lá nos tempos do AT era muito comum os peregrinos irem para Jerusalém, para as festas anuais, e quando chegavam havia um grande espírito de irmandade, de unidade. Então temos um salmo que celebra a união. Que mostra a excelência da união fraternal. E o mais maravilhoso, queridos irmãos, que quando falamos sobre a união, nós podemos lembrar de 1Co. 15.52, a passagem fala sobre quando formos transformados “num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta,” ou seja, quando estivermos plenos diante de Deus, nossa união também estará plena, isto é, seremos de Deus e um nele.
Então vamos reler o primeiro versículo: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos.” Esse termo bom, olhando para a língua original do AT, hebraico, designa prosperidade, boa ação, felicidade, aquilo que oposição ao mal, enfim, o termo apresenta vários significados. Como é próspero e agradável, como é feliz e agradável, como é bom, isto é, que não é mal.... Então tudo nos leva, nos tenciona para crer que a vivência em união é boa e agradável, podemos também olhar para João 17.11, nesta passagem temos Jesus que estimula a união entre os crentes, isto é, a união entre os irmãos deve refletir a união que existe entre o Pai e o Filho. Porque Jesus, durante o seu ministério estimulou e ensinou o amor irrestrito entre os seus discípulos. Sendo assim, Jesus, como verdadeiro Deus e mestre, incentivou a não divisão, mas a vivência mútua para o seguimento da verdade em amor.
Mas Jesus é a perfeita unidade, unidade cruciforme, isto é, em forma de cruz. Sua união máxima com a humanidade aconteceu lá do alto, para assim nos dar perdão, salvação e uma vida reconciliada com Deus. E Jesus está conosco, não devemos temer, mas ter fé e esperança que o bom Jesus nos conduz, nos leva, Cristo deseja continuamente a unidade de sua igreja. Jesus concede para nós a sua união por meio do Espírito Santo. Com isso, queridos irmãos, meus amigos: façamos da união algo imprescindível em nossa caminhada enquanto igreja de Jesus Cristo. Continuemos unidos e, por meio de Jesus Cristo, anunciarmos: Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos.
Rev. Artur Charczuk
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