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Resiliência: uma flor que se refaz por entre um deserto e outro

A resiliência é a capacidade que a pessoa tem de se recuperar de alguma situação dolorosa. Ela, pensemos assim, aprende com as crises que passa, busca pelos pensamentos mais otimistas, olha para o horizonte na perspectiva do sol e não das nuvens nubladas. Simplesmente, ela se ampara na certeza de que tudo passa, a poeira baixa, o caminho volta a aparecer. Em contrapartida, ser resiliente não é simplesmente se refazer como se era, não mesmo, o indivíduo nunca volta a ser como era. Decerto, a superação ocorre; no entanto, as cicatrizes permanecem, os rasgos emocionais ficam como testemunhas.


A resiliência sempre tem um histórico, isto é, as marcas que ficam. Sendo assim, a resiliência decorre no estado de calamidade; é o sujeito que se refaz diariamente. Podemos citar um exemplo: a pessoa que está atingida por algum tipo de doença. O indivíduo resiliente encontrará forças para lidar com a realidade: não falhará com a medicação, seguirá os protocolos recomendados e assim por diante. A pessoa fica aberta às experiências, buscará em si uma segurança emocional para lidar com as situações complexas. Desde o momento em que o ser humano chega neste mundo, ele é bombardeado pelas mais diversas circunstâncias, ficando à mercê de realidades que ganham mais poder do que deveriam. Assim sendo, resiliência e persistência são palavras bem próximas, ou seja, é o movimento já mencionado aqui: fazer e refazer.


Com as palavras escritas até aqui, leitor, podemos ampliar um pouco mais o significado da palavra resiliência: é uma espécie de proteção forjada através das feridas abertas no decorrer da vida, onde as desavenças do cotidiano não perfuram tão facilmente o psicológico do sujeito. É como um escudo psíquico, um escudo cultivado com as experiências da vida; o ser humano não nasce com ele, mas suas peças foram feitas e juntadas por meio dos obstáculos atravessados. A cada estímulo recebido, o escudo é engrossado com mais uma camada.


Também é importante constar: a resiliência está intimamente ligada à autoestima da pessoa. Se a pessoa possui uma autoestima saudável, é bem provável que ela saberá lidar com as questões da vida com um melhor gerenciamento. Consequentemente, a etapa da infância é vital para a estima da pessoa. É nas experiências primordiais que o ser humano irá adquirir uma boa autoestima e, por consequência, uma boa proteção psíquica. Lembremos: as primeiras elaborações psíquicas ocorrem com a mãe.


CARACTERÍSTICAS DE UMA PESSOA RESILIENTE


A pessoa resiliente é alguém que carrega uma “impressão digital emocional bem delimitada”. Ela possui dispositivos psicológicos que atenuam as experiências sociais mais complexas. Podemos citar alguns:


Interpretação ativa dos fatos: é a pessoa que faz um retrospecto das ocorrências vividas. Ao invés do lamento, ela procura aceitar e acolher suas parcelas, ela examina suas atitudes e procura compreender os porquês.


Integração: estando diante de um problema, a pessoa busca soluções diante do mesmo. Procura averiguar até onde ele afeta sua vida e busca ferramentas para sair daquela situação.


Resolução: com as devidas ferramentas, o indivíduo elabora alternativas para equacionar o problema.


Além das dicas citadas acima, é muito importante trabalhar com a confiança, ter planos de ação, realizar feedbacks, ouvir opiniões construtivas; refletir bem sobre cada atitude, etc. São dicas, leitor. E o mais importante: pedir orientação a Deus, confiar em Jesus Cristo, que ele possa tudo conduzir. Com efeito, a resiliência é uma flor que se refaz por entre os desertos. Somos flores que sobrevivem nas experiências áridas da vida, mas não estamos entregues à solidão. Cristo está conosco, ele nos refaz, dado que ele é a perfeita resiliência.


Rev. Artur Charczuk



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