Mesmo em meio aos horrores da guerra na Ucrânia, ainda assim, existem fagulhas de paz e de amor. Como se fosse uma rosa solitária a nascer em meio ao pântano pesado e cinzento.
Sabendo das incertezas que a guerra coloca sobre qualquer horizonte, um casal de combatentes ucranianos casou-se no último domingo, pertinho de Kiev, no campo de batalha.
Valery e Lesya disseram sim, um para o outro. Ao invés de vestido de noiva ou smoking, o tradicional traje de batalha. Uma pausa nas armas para erguer uma taça de champanhe, celebrando a vida, o amor, o companheirismo – haja o que houver nesta assombrosa guerra.
O amor verdadeiro existe, mesmo que tudo esteja mergulhado em horrores e incertezas. Não me refiro mais a um casamento em meio às armas. Refiro-me à nossa vida que, guardadas as devidas proporções, também passa por dias de horrores pessoais, particulares.
E, com eles, nossos medos, culpas, dores e fracassos. As doenças. O medo de perder e de ser perdido. Os dias em que nos afogamos em nossas próprias ansiedades. Quando as culpas nos sentenciam ao inferno.
Mesmo neste lamacento e horrendo pântano de culpa e sofrimento, há um amor verdadeiro. Acolhedor. Perdoador. Consolador. Fonte de vida, cor e alegria. Mesmo para o dia mais cinzento.
“Tu és para mim um lugar seguro no dia da desgraça”, nos diz a Palavra em Jeremias 17.17. Mesmo quando o nosso pequeno mundo pareça ficar aos pedaços, nosso Deus continuará sendo o refúgio, a base forte, o local de abrigo. Para os fracos. Para os que choram. Para os que perderam. Para os que têm dúvidas. Para os que se revoltaram. Para os que andaram longe. Para você e eu.
“Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? Será que pode deixar de amar o seu próprio filho? Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês”, garante o Senhor Deus em Isaías 49.15.
Deus não nos esqueceu. Seu amor continua lá, vigoroso e radiante. Prova disto é o que a quaresma nos convida a observar: “Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo o que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
Então fica a dica: há um confortável refúgio para nossa vida. Neste refúgio, somos cobertos pelo perdão de Jesus e abastecidos com a vida sem fim.
Rev. Bruno A. Krüger Serves
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