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Que Pedras! Que construção!


Fiquei triste ao ver a catedral de Notre-Dame de Paris ser destruída pelo fogo nessa segunda-feira (15/04). Em 2017 a Gisela e eu nos juntamos aos 14 milhões de visitantes anuais que costumam admirar aquele monumento histórico da Europa e símbolo de Paris. Acontecia uma cerimônia religiosa em sua nave principal, mas o que me impressionava eram sua imponência arquitetônica, seus vitrais e sua história de 840 anos. Que pedras! Que construção!

O que aconteceu com a catedral de Notre-Dame me trouxe à memória a conversa de Cristo com os discípulos sobre outra obra arquitetônica que movimentava turistas a Jerusalém no tempo de Jesus. Marcos registra: “Quando Jesus estava saindo do templo, um dos seus discípulos lhe disse: — Mestre! Que pedras, que construções! Mas Jesus respondeu: — Você está vendo estas grandes construções? Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Marcos 13.1,2). De fato, não ficou pedra sobre pedra. O templo foi completamente destruído pelas tropas do imperador Tito no ano 70.

As grandes obras arquitetônicas dos templos e suas relíquias ofuscam o olhar dos admiradores a ponto de não ver quem lhes dá o verdadeiro sentido. Quando elas desabam e são destruídas ficam mais claras as palavras de Jesus: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Lucas 21.33).  Se o templo de Jerusalém, que era a própria habitação de Deus entre os homens, o lugar que o próprio Jesus chamou de “casa de meu Pai” (Lc 2.50) foi destruído, o que é que irá acontecer com as nossas construções?

A catedral de Notre-Dame começa a ser reconstruída com os milhões de euros já prometidos e as relíquias que escaparam do fogo terão o seu lugar para exposição. Mas Cristo constrói e reforma a sua Igreja com a Palavra que permanece. Ele, por ser a pedra angular, a principal, que os construtores rejeitaram (Lc 20.17), pode prometer e cumprir que “as portas do inverno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Cristo assinou essa promessa com sua morte e ressurreição em favor da humanidade.  Temos muitos motivos para celebrar a Páscoa com alegria e gratidão.


Rev. Edgar Lemke

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