Aí está ele mais um natal. Para ser celebrado, festejado. Com mais calor humano, com mais gente reunida. É um natal quase voltando à normalidade, diante de uma pandemia mais suavizada.
Falando em normalidade, é preciso lembrar-se de algo tão normal nestes dias natalinos. A mistura de sentimentos, de emoções, de foco.
Natal é paradoxal. De um lado, famílias realizando suas devoções de advento, congregações envolvidas em seus programas natalinos. Todos com o olhar fixo no menino Jesus.
De outro lado, vejo nos noticiários os apelos de mais um feriadão para viajar. E o que não faltam são os apelos para marcar a data com presentes, festas e enfeites.
É paradoxal. A celebração do Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz é envolvida pela agenda cheia, correrias, filas, mercados lotados e estradas entupidas.
Não que trocar presentes, ter gente bacana ao nosso lado na ceia de natal ou realizar uma viagem nesta época seja o erro. Não. O erro é agarrar-se somente a isto. É oferecer ao coração apenas os penduricalhos de natal. É deixar de lado o conteúdo, a razão, motivo de tudo o que está ao nosso redor: Cristo Jesus.
Celebrar um natal apenas de penduricalhos seria como ganhar um presente fantástico. Daqueles de transbordar o coração de alegria. Mas, ao invés de agarramos o presente e abraça-lo calorosamente, acabamos nos contentando apenas com o belo laço e com o colorido embrulho de natal.
Seria insano encantar-se com a embalagem e esquecer-se do conteúdo, do real presente.
E às vezes me questiono se não é exatamente isto o que acontece a cada natal, com ou sem pandemia. Farta-se o coração com os penduricalhos. E o verdadeiro presente, Jesus, é colocado de lado. Celebre o natal do jeito que você está acostumado.
Com mercados lotados ou não. Com gente querida ao redor da sua mesa. Ou com lugares vazios.
Com presentes fartos debaixo do pinheirinho. Ou com presentes simples.
Com viagens fantásticas de natal. Ou em casa. E quem sabe, trabalhando.
Mas neste natal paradoxal, não se farte apenas com os enfeites e penduricalhos. Farte seu coração com o presente de Deus para nós: Jesus. Neste presente está o perdão dos pecados, a verdadeira paz, a vida sem fim.
Então fica a dica: “nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor” (Lc 2.10). Quero desejar a você um abençoado natal. Não de penduricalhos. Mas de conteúdo.
Dentre panetones, ceias e presentes, que Cristo nasça no seu coração mediante a ação da sua Palavra.
É natal da vida que venceu a morte.
Rev. Bruno K. Serves
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