
Aqueles que gostam de apreciar uma boa cerveja já devem ter ouvido falar da lei da pureza alemã. Repito: apreciar. Dentro do bom senso, sem exageros. Até porque alcoolismo é coisa séria. E, por isto, o foco aqui não é o consumo, mas a lei da pureza alemã na produção de cervejas. Esta lei foi assinada pelo Duque Guilherme IV, em 1516, na Baviera.
Como sempre, se existe uma lei, é porque algum problema já aconteceu. As cervejas produzidas anteriormente ao decreto do Duque Guilherme IV tinham receitas mirabolantes, algumas com ingredientes tóxicos. Foi então que, por questão de saúde pública e de uma boa cerveja, o duque proclamou, em 23 de abril de 1516, a lei da pureza alemã. Originalmente, dizem os mestres cervejeiros, esta lei restringia a produção de cervejas apenas a água, malte de cevada e lúpulo. Este processo iniciado na Baviera alastrou-se pela Alemanha e tornou-se um selo de qualidade de uma boa cerveja, inclusive aqui na terra do Tupiniquim, onde o bom português torna quase indizível o nome desta lei em alemão: Reinheitsgebot. Mais fácil falar “a lei da pureza alemã”, né?
A esta altura, quem sabe você irá se perguntar: e o que isto tem a ver com a fé cristã? Depois de um ano e meio da Reinheitsgebot, a Alemanha foi cenário de uma nova busca pela pureza. Desta vez, pela pureza no ensino da Palavra de Deus. Em 31 de outubro de 1517, Lutero deu início a este processo, em Wittenberg. Pureza necessária diante de ingredientes tóxicos adicionados à igreja cristã, como a negociata do perdão dos pecados. A pureza do ensino bíblico, selo da reforma luterana celebrada há poucos dias, converge para a cruz, para Jesus. E é sob a ótica da cruz que há o ensino puro, bíblico, cristocêntrico.
Perigosamente vivemos em tempos onde a religião até parece ser como uma cerveja na prateleira. Basta escolher uma que agrade ao paladar, ao desejo do momento. E nesta sociedade pós-moderna, de verdades literalmente líquidas, muitos estão bebendo veneno que os levarão ao inferno. Bebamos do ensino que carrega em si a marca da pureza da reforma luterana. Pureza bíblica. Que deixa ideologias e filosofias tóxicas fora da receita da pureza, mas que esbanja, sem moderações, de um ensino bíblico, cristocêntrico e com a mensagem da cruz. Mensagem que emana, por exemplo, de Romanos 3.23: “todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva”.
Então fica a dica: bebamos do ensino bíblico que carrega a marca da pureza deixada pela reforma luterana. Você sempre será bem-vindo à igreja luterana. Independentemente do pastor que lá estiver o ensino será puro, bíblico e cristocêntrico. Este é o nosso zelo pela pureza.
Pastor Bruno Serves
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