
Ele tem? Sim e trago como exemplo o reality show Big Brother Brasil, também conhecido como BBB. As engrenagens do programa são movidas pelo ressentimento. Os participantes estão ali, à mercê do roteiro do reality: exposições, festas e seus excessos, provas envolvendo uma miscelânea de doses de sinceridade e agressividade, com um único objetivo: o desentendimento dos brothers.
Estar dentro do jogo é viver um ressentimento realizável, onde o desejo da ação inflexível é posto em ato. E o votante do programa? O que está do outro lado da tela? Ele extravasa seus ressentimentos através do assistir as provas exaustivas, das brigas, das humilhações, das punições dos paredões e tudo mais que o cardápio midiático BBB pode oferecer.
As imagens do reality show proporcionam uma realização substitutiva dos conteúdos ressentidos e que foram reprimidos e recalcados pelo telespectador, é uma espécie de oportunidade para a pessoa responder aos dissabores ocorridos em sua vida. Por fim, eu poderia listar aqui muitos outros programas que tem o ressentimento como uma moeda de valor de ibope.
Eles, os programas, são apenas narrativas contemporâneas com heróis e vilões que tencionam os castelos emocionais e ressentidos do público.
Rev. Artur Charzuck
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