Quando somos um pouco mais jovens, isto é, com pouca experiência, acreditamos no amor à primeira vista. O amor sem experiência, descolado de qualquer padrão, ingênuo. Crescemos e o amor à primeira vista cai por terra. Saímos da fantasia e vamos para o real, o amor à primeira vista não existe mais para nós, é infantilidade. O amor precisa ser testado, experienciado, provado, etc. Aí, leitor, será possível dizer se é amor ou não. Na infância tudo é mais simplificado, a fase adulta gosta de trilhar os caminhos mais longos.
Mas sabe que o amor à primeira vista existe? Sim, ele existe e acontece na relação entre mãe e filho. Quando o nenê nasce, o coração da mãe saltita de alegria, um amor tremendo invade o seu peito. O seu amor está todo concentrado naquele pequeno ser que está diante dela, sobre si e que busca amparo depois de ser retirado da proteção da barriga da mãe. Mas o amor à primeira vista da mãe é ainda mais inquietante, porque o mesmo já acontece antes da primeira vista. A mãe já está amando o seu filho na gestação, ela ainda nem o conhece, mas já está cheia de amor por ele . Amor de mãe é assim: instantâneo e natural, sua meta é o filho. Amor de mãe é sacrifício, ela faz o possível e o impossível pela sua prole, ela faz tudo por eles. É um amor que não cobra, o filho vai apenas sendo levado, ele apenas usufrui. A mãe possui um amor plástico, o seu amor se adequa com as emoções do filho: alegria, tristeza, ansiedade, raiva, enfim, o amor da mãe apenas sofre transformações, mas não muda o foco, o filho.
A mãe é dominadora do tempo: ela olha para o passado do filho e procura ver onde foram os erros para ela ajudar; ela olha para o futuro para ajudar o filho com os projetos. E ela mescla tudo no presente pelo filho, é amor de mãe, leitor. Amor que tudo faz e não cobra nada. É a videira que nutre seus ramos, assim é o amor materno. O amor de Deus é comparado com o amor de mãe, Isaías 66. 13. A mãe que nutre e dá o seu calor de amor para o seu bebê. O amor de mãe é um contínuo carregar de colo. Jesus também assim realizou, ou seja, do alto da cruz, por entre machucaduras e cravos, Ele carregou os seres humanos no colo. Concedendo o alimento do perdão, salvação e comunhão com Deus. Na videira, Jesus, o homem, ramo, encontrou o amor sacrificial. Na verdade, o amor de mãe é um pequeno vislumbre do grande amor de Deus. A humanidade foi amor à primeira vista de Deus, Deus já amava ela antes de ser criada. Dia das mães é o vislumbre do amor do Criador, de Cristo. Da cruz veio o amor pleno e concreto, um amor à primeira vista.
Feliz dia das mães!
Rev. Artur Charczuk
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