“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25. 1-13).
Irmãos: como é cansativo esperar, vocês não acham? São muitos os lugares em que precisamos esperar: fila de mercado, de banco, lotérica, ida ao médico, enfim, parece que o tempo anda bem devagar. Geralmente, para ver se o tempo anda mais rápido, algumas coisas são feitas: ler uma revista ou um livro; abrir o facebook ou watts zap; o joguinho que está armazenado no celular, em síntese, não queremos dar atenção para o esperar. Queremos, a qualquer custo, substituir o esperar pelas nossas preferências, isto é, o ser humano encontra alívio em seu mundo diante das coisas que ele não gosta. O nosso universo é o nosso refúgio, nossas vontades são os pilares da fuga de tudo aquilo que não gostamos. Pois bem, no fundo o que queremos é dar atenção para nós mesmos, fazer guarda das nossas emoções.
Findado o cenário acima, por enquanto, voltemos os nossos olhos para o Evangelho proposto, nele Jesus está contando uma parábola. Nota-se que, de acordo com a parábola, está acontecendo uma festa de casamento, os casamentos palestinos do tempo de Jesus sempre eram feitos com muita brincadeira e diversão, eles são feitos assim até hoje. Conforme o costume judaico, a alegria atravessa o dia, no cair da noite é servido um generoso banquete. Findado o banquete, a noiva e demais convidados vão para o lar do noivo munidos de lamparinas acesas. No entanto o noivo não está em casa, sendo assim a noiva fica no aguardo pelo noivo. Suas amigas vão em busca do noivo com lumes acesos e trazem ele diante dos demais convidados e da noiva. Pois bem, as amigas da noiva podem ser aproximadas com as virgens da parábola. Elas estão contadas em dez virgens, cinco prudentes e cinco imprudentes. Todas elas saem ao encontro do noivo com suas devidas lamparinas, mas as cinco prudentes levam uma boa reserva de óleo, as imprudentes não. Ocorre o atraso do noivo e todas caem no sono. Porém, à meia-noite, vem um grito: o noivo chegou! Vão até ele! Todas vão ao seu encontro, mas as lamparinas das imprudentes estão ficando sem luminosidade. Elas pedem um pouco de óleo para as prudentes, mas sem sucesso, correm atrás de algum vendedor, contudo o noivo chegou. As prudentes o acompanharam para a festa do casamento. Já as imprudentes ficaram fora da festa, o que restou para elas é uma porta fechada.
Irmãos: o mundo é uma grande porta fechada, ele está fora da festa, ele prefere estar assim, porta com os contornos da imprudência. O ser humano é quedado pela grande sonolência que habita em seu coração. A espera cansa o homem, ele prefere o seu mundo com suas inúmeras fugas, prefere estar firmado em seus interesses, em suas sonolências. Sua natureza não compreende o vigiar, é algo tortuoso para o indivíduo, é estar longe das suas tantas vontades e intenções. O egoísmo humano tudo ofusca e apaga. As lamparinas dos homens não estão acesas, elas estão umidecidas na mais completa escuridão, nas trevas da imprudência. O cenário é um tanto assustador, é o pecado, perspectiva que todos nós somos parte, onde o mal apenas deseja tripudiar o ser humano. Mas, amigos, mesmo diante das tantas lamparinas apagadas, Jesus vem para ajudar os homens, Cristo é o óleo para as lamparinas. Vigiar, melhor dizendo, estar firmado no ensino dos apóstolos e compartilhar o mesmo ensino para um mundo que precisa abrir suas portas para ser parte da festa: abrir para o perdão, salvação e vida eterna.
A Palavra do Criador é viva e eficaz, óleo que faz arder os corações humanos e eles são preparados para a grande festa, o sublime banquete. Jesus Cristo, sim, fé no Filho de Deus, Cristo é o caminho da salvação, salvação que é oportunizada para todos. Jesus é o amparo e o libertador da escuridão que anuvia o mundo dos homens. Alegria há para todos os que buscam o Senhor, é na pobreza humana que o óleo, Jesus Cristo, eleva o seu queimar para um único propósito: salvar à humanidade. Como está no versículo cinco do salmo setenta: “Eu sou pobre e necessitado; ó Deus, apressa-te em me socorrer, pois tu és o meu amparo e o meu libertador. Senhor, não te demores.” Jesus é o suficiente óleo para a lamparina do mundo. Agora e para todo o sempre. Amém.
Pastor Artur Charczuk
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