Escutem-me e venham a mim, prestem atenção e terão vida nova. Eu farei uma aliança eterna com vocês e lhes darei as bênçãos que prometi a Davi, (Isaías 55. 3).
O ano é 1510, Martinho Lutero, ainda frei agostiniano, é enviado para Roma. Mas Lutero voltou desolado, ele não esperava ver o cenário romano daquela maneira: venda de relíquias, negociações de cargos eclesiásticos, indulgências e o negativo comportamento dos sacerdotes. E no ano de 1512 tornou-se doutor em Teologia. Aprofundou-se no estudo da Bíblia e, por meio do Espírito Santo, Lutero compreendeu a diferença entre Lei e o Evangelho. A Lei mostra o quanto à natureza humana é pecaminosa, incapaz de realizar algo para Deus. Mas há o Evangelho, o próprio Jesus Cristo, que apresenta o perdão dos pecados e a reaproximação do sujeito com o Criador. Por meio da obra vicária de Cristo, o homem é absolvido por Deus. Tendo vida nova em Cristo.
Possuindo o conhecimento sobre Lei e Evangelho, Martinho Lutero compreendeu o versículo da Epístola de Paulo aos Romanos 1.17: “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: o justo viverá por fé”. Tudo ocorre por meio da graça de Deus em Cristo Jesus. O amor de Deus, sua misericórdia, perdão e salvação não são produtos vendáveis, mas ofertados ao homem por gratuidade e compaixão.
Assim como o povo de Deus na Babilônia, onde Deus ofertou suas bênçãos para o povo, bênçãos antes dadas para o rei Davi. O testemunho de Deus, por meio do rei de Israel, alcançou o seu entendimento pleno em Jesus Cristo. Sem a necessidade de trocas ou méritos, tudo pela graça do Criador. Como está em Provérbios 3. 5: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento”. Com isso, o homem pode entregar tudo para Jesus: medo, angústia, cansaço, desânimo; pois é uma relação que não necessita de permuta, mas apenas um coração arrependido e confiante em Cristo. O justo viverá por fé, assim anunciou Martinho Lutero, vida nova em Jesus Cristo.
Rev. Artur Charczuk
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