Ao escrever esse sermão, no Brasil, era o quinto mês da #Pandemia. Coisas que antes eram corriqueiras se tornaram distantes e sem perspectiva de retomada. Escolas Públicas, rapidamente migraram para o ensino a distância. Supermercados passaram a vender a distância via wathsap.
Você sabia que Jesus realizou durante o seu ministério duas curas a distância? Mateus 8.5-13; 15.21-18. O servo do centurião e a filha dessa mulher sírio fenícia.
Essas curas a distância não mostra apenas o poder de Deus, mas, a fé, a grande fé de duas pessoas que não eram judias.
Merece destaque o fato de Mateus, que escrevendo para judeus, relata esses dois episódios em que o próprio Jesus Cristo elogiou a fé dessas pessoas.
Antes da Pandemia, a sociedade já vivia certo distanciamento decorrente do individualismo, na pandemia o distanciamento se deu pelo medo.
Nesses cinco meses de pandemia, fui #infectado pelo vírus SARS-COV. O pior dessa doença é o #isolamento e o distanciamento de quem se ama. É um isolamento forçado. O doente e os sãos não querem, mas, a doença obriga.
A mulher sírio fenícia vivia certo isolamento por parte dos judeus. Por ser mulher, jamais receberia a atenção de um rabino judeu. Os discípulos estavam incomodados com sua gritaria e queriam que Jesus a atendesse logo. Ela jamais poderia ter se aproximado chamando Jesus de “Senhor, filho de Davi” (Mt 15.22).
Havia muitos empecilhos que isolavam os judeus dos gentios. E, como a fama de Jesus se espalhou, aquela mulher só tinha uma alternativa, ir ao encontro de Jesus para buscar socorro para sua filha. As barreiras e obstáculos humanos poderiam impedi-la de achar graça diante de Deus, mas, nada supera a fé, “a certeza de coisas que não se veem” (Hb 11.1).
A fé cegou seus olhos para as barreiras e os obstáculos e abriu seus olhos e sua boca persistente.
Jesus conhecia a fé dessa mulher. O suposto #silêncio e as supostas palavras duras de #Jesus foram justamente para leva-la a confissão, e ouso dizer, uma das mais belas confissões de fé registradas na Bíblia.
Uma mulher gentia que parecia distante de Deus e que não merecia da atenção e misericórdia de Deus, afinal, não observava a lei e não fazia parte do povo de Deus. No entanto, havia nela algo que a aproximava de Deus: fé em Jesus! Ela, justamente ela, se aproximou exclamando o que muitos judeus ignoravam: “Senhor, filho de Davi” (Mt 15.22). Em outras palavras, você é o prometido de Deus.
Nessa fé, a mulher suplicou, suplicou e confessou!
Enquanto os judeus tratavam os gentios como “cães” e os consideravam impuros, Jesus deu lhe a oportunidade de confessar com sua boca o que tinha em seu coração. Assim, ao citar o exemplo do “cachorrinho,” Jesus Cristo não está falando de um animal imundo, de rua, assim como os judeus, mas de um cachorrinho de estimação. A mulher ao compreender pela fé o recado de Jesus, disse: Senhor, filho de Davi, prometido de Deus. É verdade que como gentia eu não posso me assentar à mesa para comer o pão, mas, como um cachorrinho de estimação me alimento das migalhas que me satisfazem.
Quão grande é a sua fé!
Essa frase contrasta ao episódio ocorrido anteriormente, onde Jesus caminha sobre as águas e Pedro vacila e é repreendido por Jesus como sendo “homem de pequena fé” (Mt 14.31).
Muitas pessoas sentem-se isoladas e distantes de Deus por dizerem que tem uma fé pequena. Não importa o tamanho da #fé se é que podemos dizer assim. Toda fé, mesmo que seja uma fagulha, me aproxima de Deus e me dá a salvação.
Deus tomou e toma a iniciativa para me aproximar dEle. Por isso, deixou-nos a Pregação e o Batismo. Pelo poder do Espírito Santo, Deus nos presenteia com a fé (Ef 2.8). Essa fé vai sendo alimentada, para que possamos enfrentar as armadilhas do nosso inimigo e sobressair-se diante das provações. Aqui a fé precisa estar firme. Afinal, se estivermos fracos na fé, qualquer alternativa que nos for dada, será uma âncora que nos conduzirá para mais fundo ainda.
Jesus alertou sobre o perigo que corremos. Ele nos convidou a confiar nEle acima de todas as coisas (Primeiro Mandamento). Muitas são as situações diárias que podem nos afastar da fé e nos fazer tomar o nome de Deus em vão (Segundo Mandamento).
Pelo batismo fui tornado filho e filha de Deus. O Espírito Santo me presenteou com a fé. Aproximou-me de Deus. No entanto, é preciso relembrar a rodovia de mão dupla que Jesus nos disse para seguir: “batizando-os e ensinando-os” (Mt 28.19-20).
Ambos, batismo e Pregação, ensino, nos dão a fé. Mas, o ensino, a pregação, nos faz permanecer na fé e firmar nossa fé. A pregação, o ensino, é alimento para a fé que enfrenta os mais variados ataques durante a semana. Deus disse: “Vocês têm seis dias para trabalhar, porém não trabalhem no sétimo dia, nem mesmo no tempo de arar ou de fazer a colheita” (Ex 34.21; Lv 23.3; Dt 5.13-14).
Nesses dias de isolamento deparei-me com algumas anotações de uma oração escrita por minha esposa. Ela registrou a data da oração (27/11/2016). Havíamos perdido o primeiro filho e, ela muito abalada ainda confiante, escreveu: uma carta para Jesus.
Peço meu Deus, esteja me ouvindo. O Senhor sabe o meu maior desejo. Realiza meu sonho e me dê o maior de todos os presentes. Deixe eu colocar mais um nome em minha família. Eu e meu esposo agradecemos. Mostre-me o sinal que tanto preciso. Obrigado Pai por tudo. Amém!
Veio outra gravidez e mais um aborto retido. Outra gravidez, outro aborto retido. E por fim, a Maria Clara.
Querido irmão e irmã em Jesus! Sabe aquele aparente silêncio de Deus? Quando Deus parece demorar atender e antes de atender, permite e até fala coisas que incomodam. Então! Tudo isso é para nos levar a suplica e a confissão. Jesus não está distante. Ele prometeu estar conosco todos os dias, até o fim dos tempos! (Mt 28.20). Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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