Em tempos quaresmais, nada melhor do que olhar para o Filho de Deus e seus atos misericordiosos, isto é, Jesus que atravessou um caminho emoldurado pelas tentações do diabo. E o diabo, com toda sua astúcia, almejou em colocar a dúvida no coração de Jesus, quando o Pai assim falou para ele: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado,” (Mt 3.17). O diabo desejou destruir a confiança de Cristo em seu Pai. Com isso, o deserto foi o espaço tentativo entre Jesus e o mal. No entanto, a relação entre o Filho de Deus e o deserto já apareceu em outras circunstâncias. O deserto também tem o seu lugar na significância messiânica de Jesus. Podemos citar a analogia que é feita entre Jesus e Moisés, figura do período Véterotestamentário, liderança dos tempos de Israel no deserto: “Porque Moisés disse: O Senhor Deus fará com que, do meio dos irmãos de vocês, se levante um profeta semelhante a mim; a esses ouvirão em tudo o que ele lhes disser. Quem não der ouvidos a esse profeta será exterminado do meio do povo,” (At 3. 22-23). Porém Jesus ultrapassou a figura do Antigo Testamento.
Vale ressaltar que Jesus chegou a partir do deserto do Egito: “Onde ficou até a morte de Herodes. Isso aconteceu para se cumprir o que tinha sido dito pelo Senhor, por meio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho,” (Mt 2. 15). A vinda do Filho primogênito, Jesus Cristo. Também é no deserto que Cristo Jesus alimentou seus seguidores: “E Jesus, pegando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou, partiu e deu aos discípulos para que os distribuíssem entre o povo. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobraram foram recolhidos doze cestos,” (Lc 9. 16-17). Do mesmo modo, inúmeras vezes, Jesus permaneceu mais tempo no deserto para orar e jejuar. Por fim, Deus revelou sua santa mensagem para a humanidade pecadora. Ele utilizou à escrita, linguagem, a História de um povo e seu contexto, sua geografia, etc. Do deserto árido, o Criador fez a vida brotar, ou seja, Jesus Cristo.
No entanto, a caminhada de Cristo no deserto continua. A humanidade é um grande deserto sedento pela salvação de Deus. Jesus Cristo é a fonte inesgotável que sacia o pecador absorto nas tentações do diabo. Sendo assim, nos desertos da vida, por entre lágrimas ou angústias, você não está sozinho, mas Jesus Cristo está contigo, levando vida, perdão e salvação para a aridez do mundo e suas circunstâncias desérticas. Pois Jesus Cristo habita no deserto humano.
Rev. Artur Charczuk
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