Dois rapazes estavam caçando marrecos, um incrédulo e outro cristão. A certa altura, o cristão se desabafou com o incrédulo, dizendo: "Eu não sei por que, mas às vezes eu sou tentado a fazer certas coisas, que eu sei que é pecado, porém mesmo assim eu faço". Ao que o incrédulo respondeu: "Então é melhor não ser cristão, pois eu até hoje nunca fui tentado. Na verdade, eu nem sei o que é tentação".
E os dois continuaram a caçada. Matam um marreco aqui, outro ali, e vão colocando na sacola.
À tarde, ao voltar para casa, o cristão disse para o incrédulo: "Eu estive pensando sobre a nossa conversa hoje de manhã sobre a tentação, e tive uma ideia. Você se lembra o que fazíamos com os marrecos? Quando estavam vivos, nós corríamos atrás deles para matá-los. Mas, quando eram mortos, os colocávamos no embornal. Você é um marreco morto, por isso o diabo não lhe tenta, pois você já está no seu embornal. Como sou cristão, ele me persegue, querendo me levar para o seu redil".
Quem não conhece de sobra a tentação? As tentações fazem parte da vida do cristão. Nós somos tentados todos os dias. Uns são tentados mais numa área, outros são tentados mais numa outra área. A verdade é que todos nós somos tentados. A Bíblia nos relata que a tentação foi uma realidade também na vida dos servos de Deus. Alguns deles tiveram vitórias maravilhosas nas tentações; outros fracassaram vergonhosamente.
Um exemplo disso temos em José, filho de Jacó. Ele era jovem, bonito e cheio de vigor. A mulher do seu patrão o tentava diariamente para que se deitasse com ela. Ele, porém, respondeu: "Como cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?". O rei Davi é um outro exemplo de uma pessoa que sofreu grandes tentações. Ele teve grandes vitórias e tremendas derrotas. Certa vez ele teve a oportunidade de se vingar de Saul, que queria a todo custo tirar a sua vida. Seus oficiais o aconselharam a matar Saul. Mas Davi se recusou a ceder à tentação e não o matou. Foi uma grande vitória. Um dia, entretanto, Davi tirou uma soneca após o almoço. Quando levantou, estava preguiçoso de corpo e alma. Do terraço do seu palácio ele viu, numa casa próxima, uma mulher tomando banho. Davi não resistiu à tentação. Usando de sua autoridade como rei, mandou buscá-la e a possuiu. Mais tarde ele deu um jeito para que o marido dela fosse morto na guerra. Foi uma derrota vergonhosa. Até o fim de sua vida Davi sofreu as consequências desse seu pecado.
Talvez alguém pergunte: Por que Deus permite que sejamos tentados? Não podia ele nos livrar da tentação, impedindo que ela chegue até nós? A tentação tem um propósito, uma finalidade. Jesus nos ensinou a orar, não para que não fôssemos tentados, mas para que não nos deixasse cair quando formos tentados.
Se Deus nunca permitisse que as tentações chegassem até nós, que tipo de cristãos seríamos? Fortes, maduros e resistentes? Não. Deus teria como dizem os jovens na linguagem popular, cristãos nutela ao invés de cristã raiz. O ouro é purificado pelo fogo. As árvores mais batidas pelo vento são as que têm raízes mais profundas. Deus quer que sejamos fortes e firmes na fé.
A tentação não é um mal em si. Pelo contrário, pode ser uma grande bênção. A tentação em si também não é pecado, pecado é cair quando se é tentado. Jesus nos ensinou que não precisamos passar pelas tentações sozinhos, temos um pai amoroso que esta disposto a nos ajudar, por isso oremos sempre: Pai Nosso... “não nos deixes cair em tentação”. MT. 6. 13
REV. Lucimar Velmer
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