Preciso confessar que gosto de um bom vinho. E acho que estou acompanhado de muita gente que, nas frias noites de outono, gostam de relaxar no sofá, assistindo uma boa série ou um bom filme, acompanhado por uma taça de um agradável vinho. Claro, sem exageros. Sempre com moderação. Foi justamente em um momento assim que assisti um documentário chamado “Somm, Dentro da Garrafa”. Aos amantes do vinho, recomendo. De acordo com o documentário, quando se abre uma garrafa de vinho, abre-se toda a história que este vinho envolve. É como se você fosse transportado para a videira e para o ano no qual o vinho foi produzido. É como beber história em uma taça. Aromas, cores, sabores e texturas são marcados pelo ano da safra, pelo clima, pela história da família produtora daquele vinho. Exemplos disto foram as garrafas que sobraram dos saques nazistas aos vinicultores franceses, em plena segunda guerra mundial ou os exemplares das melhores safras de uva da história, que maturam nos porões europeus úmidos e escuros. Saborear um vinho especial é viajar na história. Confesso que, enquanto assistia este documentário, foi inevitável a comparação com a Ceia do Senhor. Há um vinho com sabor de história. Não só de história, mas de presente e futuro. E que nos remete à eternidade! E o interessante é que o vinho que vai ser bebido, por si só, não é o sujeito desta história. Até porque, naquele momento, ele não é apenas vinho. É sangue. Em, com e sob o vinho está o sangue do Salvador. Assim ele nos disse: “Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para o perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo” (Mateus 26.28). O pão e o vinho, o corpo e sangue de Jesus oferecidos na Santa Ceia é Deus derramando perdão sobre nossas histórias frágeis, pecadoras e errantes. Se por trás de cada vinho há sabores marcados pela história, por trás do vinho e sangue, pão e corpo, há sabor de perdão e salvação garantidos pela morte e ressurreição do próprio Jesus. Então fica a dica: a Santa Ceia é Deus servindo a salvação ao seu povo. E se os renomados sommeliers dizem que um bom vinho é aquele que nos marca por sua história e sabor, é confortador saber que a cada comer e beber da Ceia do Senhor, somos marcados pela sua salvação!
Rev. Bruno Serves
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