Mais do que nunca estamos sendo confrontados com uma dura realidade: a morte. Pagar impostos e morrer são certezas na vida do povo brasileiro Claro, a não ser para a geração que estiver viva
quando Jesus voltar para o juízo final, a qual já terá pago seus impostos, mas não morrerá. Enfim, este é assunto para outro momento. Mas chamo a atenção para esta dura realidade que está escancarada aos nossos olhos, especialmente, desde o ano passado: vidas ceifadas por esta nova enfermidade.
Existe um livro chamado “História da morte no ocidente”, de Philippe Airés, que relata algo interessante. A partir do avanço da medicina e dos próprios hospitais, foi perdendo-se o hábito de morrer em casa, cercado da família e em sua confortável cama. Claro, não há doçura nem conforto na morte de um ente querido, mas a questão é fechar os olhos para esta vida enquanto se está cercado das pessoas mais amadas. E, não raras vezes, o processo do morrer tem acontecido de forma solitária em hospitais, UTIs e clínicas. Ou, no máximo, com um familiar ou cuidador segurando a mão do enfermo e lhe proporcionando conforto.
Lembro-me muito bem de um grande professor do nosso Seminário que, sobre este assunto, nos confortou ao dizer que nenhum cristão morre sozinho. O morrer de um cristão jamais é solitário. Com ele estão os anjos e arcanjos celestes, os quais o Senhor “envia para ajudar os que vão receber a salvação” (Hebreus 1.14). E, acima de tudo, no morrer do cristão está o próprio Cristo, que vive nele desde o seu batismo até o seu último suspiro, garantindo-lhe a consoladora verdade: “quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá” (João 11.25).
Este é um consolo que precisa ser aplicado a cada coração enlutado. Ainda mais em tempos de Covid-19, onde cristãos também morrem em isolamento, distante da família, aparentemente sozinhos em UTIs e quartos de hospitais. Um cristão nunca está só, nem mesmo no dia em que o pecado dá seu grito final sobre aquela vida que fora resgatada por Cristo. Nesta certeza aguardemos o feliz reencontro e a consoladora ressurreição dos mortos.
Então fica a dica: seja da forma que for, a morte de um cristão nunca é solitária. Afinal, a promessa é do Senhor: “desde que vocês nasceram, eu os tenho carregado; sempre cuidei de vocês. E, quando ficarem velhos, eu sei o mesmo Deus; cuidarei de vocês quando tiverem cabelos brancos. Eu os criei e os carregarei; eu os ajudarei e salvarei” (Isaías 46.3-4).
Pastor Bruno Serves
Comments