A dádiva do perdão
- PENSE NISSO Teológica
- 29 de abr. de 2019
- 3 min de leitura
Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava, chorando o dia inteiro. Sl 32.3
Falar sobre perdão parece sempre ser algo repetitivo. No entanto, por mais repetitivo que pareça ser, o mesmo tem que ser falado, vivido e testemunhado. Isso porque muitas vezes parece que os próprios cristãos estão perdendo o verdadeiro sentido do que é ser perdoado por Deus.
Sabe se que quando o ser humano conhece a sua condição de pecador, e isso o oprime, a única coisa a se fazer é lançar-se nos braços do Senhor e em sincero arrependimento confessar a Deus o seu pecado, e prontamente Deus o perdoa. Isso é algo automático! O pecador confessa, crê, e no mesmo instante recebe a absolvição. Entretanto isso muitas vezes não é tão bem compreendido pelos cristãos, muito menos pelos que não são. Muitos saem de suas igrejas às vezes com a consciência mais pesada do que quando entraram. Não estou aqui querendo julgar o que lá está sendo pregado. Claro que muitas vezes o exagero na Lei é muito mais evidente do que no Evangelho. Mas isso já é outro assunto.
O que quero ressaltar é que muitos cristãos perdem o sentido e o valor da confissão de pecados, seja ela no culto ou mesmo em particular com Deus. E se esquecem o valor do perdão que Deus nos concede em Cristo, então perdem toda a base de sua vida cristã. Pois o cerne do Cristianismo, a base da vida cristã, está naquilo que Deus fez por nós em Cristo, ou seja, no preço que foi pago por nós para que tenhamos o perdão dos pecados.
E olha que, se esta mensagem do perdão passa batido em nossos cultos e celebrações, como pode a vida em suas vocações ser vivida sob o perdão? Primeiro o perdão que Deus nos concede e em seguida o perdão que é estendido para aqueles que nos ofendem ou fazem mal.
Muitas vezes nos meios sociais as pessoas não conseguem praticar o perdão com o seu semelhante, isso porque a absolvição que é dada na igreja não está sendo compreendida. Às vezes fazem isso por mero formalismo!
É só observar na vivencia da igreja. Irmãos de igreja muitas vezes não conseguem se perdoar. Diretorias muitas vezes não suportam ver os seus integrantes. Membros às vezes caluniam seus pastores e líderes por não conseguirem os perdoar pelo erro que cometeram.
Onde está o foco da vida cristã? Não deveria estar naquilo que é à base da igreja? Já dizia João Paulo II: “Os consultórios psiquiátricos estão cheios porque os confessionários estão vazios.” Aquilo que é do Cristianismo, a base do Cristianismo, ou seja, o perdão se tornou método psiquiátrico para curar problemas psicológicos, sendo que poderia ser curado já a partir de nossa igreja, pois temos base sólida pra isso, e está expressa na Palavra de Deus.
Somos muitas vezes derrotados por nosso inimigo (Satanás), por não sabermos usar as armas que Deus nos deu para lutar contra as artimanhas de Satanás. Já dizia um general de um exército aos seus soldados: quando vocês veem que estão sendo derrotados pelo inimigo, volte para a base, antes que vocês sejam mortos. Isso também vale para nós cristãos que somos o exército e Cristo! Somos chamados a voltar para a nossa base cristã que é o perdão. Primeiro o perdão que temos em Cristo, consequentemente o perdão que podemos estender àqueles que nos ofendem e fazem qualquer tipo de mal.
Usemos dessa arma que vence qualquer mal e reconstrói relacionamentos e nos faz viver em paz com Deus e o nosso semelhante. Pense Nisso!
Rev. Gabriel Boldt
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