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É preciso calcular


Cada candidato à Presidência tem 25 policiais para sua proteção. É questão de “segurança nacional” num País tão violento. É o sonho de consumo de cada brasileiro que só tem polícia quando liga para o 190. Se queremos segurança pessoal, precisamos pagar além do que já é descontado direto do nosso bolso. E daí, então, a explicação do radicalismo por mudanças. É oito ou oitenta, é agora ou nunca, é tudo ou nada. É o grito “Independência ou Morte” quando a opressão portuguesa mudou de endereço nos palácios das regalias, da corrupção, da incompetência.

Como conseguir as mudanças? Porque, no final das contas, todos da direita e da esquerda querem a mesma coisa. Aí surgem as diferenças nas propostas para que os “25 policiais” estejam presentes na nossa rua, mesa, escola, hospital, empresa, na vida de todos. Por exemplo, é melhor todo mundo ter arma ou deixar só na mão da polícia? O caminho é privatizar ou estatizar? Fazer a reforma da previdência ou deixar como está? E por aí vai, um monte de coisas complicadas, assuntos dos “politizados” que a grande maioria só vai entender na hora quando estiver na fila do hospital, for assaltado, desempregado, desiludido.

Ao tratar dos custos por mudanças na vida cristã, Jesus lembra que ninguém constrói uma torre sem primeiro calcular o preço. Será uma grande vergonha não concluir a obra (Lucas 14.29). Este é o nosso problema na religião e na política. Queremos uma vida melhor, felicidade, prosperidade — o céu. Mas não olhamos o projeto nem calculamos os custos. E daí surgem os espertalhões que aproveitam o sofrimento e a ignorância com falsas promessas. Se na vida cristã é preciso estar atento, calcular e deixar de lado interesses pessoais e desleixo, na vida política não tem outro jeito. Tragicamente, quando “cruz” virou sinal de “quanto vou ganhar?”, torres nunca chegarão até o final e outras vão cair.





Rev. Marcos Schmidt

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